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Tetra Pak amplia uso de bioplásticos de etanol de cana

Empresa vai ampliar a utilização de tampas de polietileno feita a partir do etanol brasileiro


Empresa vai ampliar a utilização de tampas de polietileno feita a partir do etanol brasileiro
 
A multinacional Tetra Pak vai ampliar o uso de bioplásticos produzidos a partir do etanol de cana-de-açúcar, seguindo os passos de empresas como Heinz, Procter & Gamble, AT&T, Michelin, Águas Crystal, Dow Chemical e Mitsui, que já utilizam os chamados “plásticos verdes”. Para o consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, a decisão faz parte de uma tendência irreversível, que mostra a amplitude dos produtos derivados da cana.

“A diversificação no uso do etanol representa uma expansão das fronteiras do setor sucroenergético nacional. Os bioplásticos agregam valor às mercadorias, contemplam um número cada vez maior de consumidores em busca de produtos ambientalmente corretos, que apliquem na prática o conceito da sustentabilidade,” observa Szwarc.

O executivo informa que para cada tonelada de polietileno convencional derivado de petróleo são lançadas 4,9 toneladas de dióxido de carbono (C02) na atmosfera. “No caso da versão ‘verde’, este balanço é neutralizado e se torna positivo, pois a cana absorve 7,4 toneladas de CO2 por hectare durante todo o seu ciclo de produção, o que representa uma enorme contribuição na luta contra o aquecimento global,” complementa.

Parcerias estratégicas

O esforço da Tetra Pak, empresa de origem sueca que é líder na embalagem de alimentos, foi anunciado em 13/01 e faz parte da estratégia de ampliar sua linha de produtos plásticos de material 100% renovável. O projeto teve início em junho de 2011, quando foi firmada parceria com as empresas Braskem e Nestlé Brasil para o uso do plástico verde na fabricação de tampas de rosca para embalagens cartonadas das marcas Ninho, Ninho Levinho, Ninho Baixa Lactose e Molico.

Eduardo Eisler, vice-presidente de Estratégia de Negócios da Tetra Pak, explica que embora a utilização de uma matéria-prima renovável implique inicialmente em um aumento no custo de produção comparado ao polietileno tradicional, este ônus não será repassado ao consumidor. “A mudança na composição dos nossos produtos não acarretará nenhum custo extra aos clientes. Assim, o objetivo é fazer com que a nova ‘tampa verde’ seja uma realidade no cotidiano dos brasileiros,” informou.

Além das “tampas verdes”, Eisler destaca outras iniciativas da Tetra Pak em busca da sustentabilidade em seus produtos. Uma delas é a certificação do papel utilizado nas embalagens cartonadas, cujo documento é emitido desde 2008 pelo Forest Stewardship Council (FSC).

“O nosso fornecedor, a Klabin, já possuía a certificação para 100% de suas florestas, e, a partir disso, a Tetra Pak conseguiu obtê-la também. Esse passo já garantiu que 75% da matéria-prima da embalagem seja proveniente de fonte renovável,” revela Eisler.

Referência internacional

Segundo Szwarc, o Brasil consolida-se cada vez como um centro de referência no desenvolvimento de bioplásticos. Motivos não faltam: “Na América Latina, o Brasil, que tem uma das matrizes energéticas mais limpas do planteta, foi pioneiro na comercialização de embalagens feitas com bioplásticos. E por sermos um dos maiores produtores de cana e etanol, fomos escolhidos pela Coca-Cola como uma das plataformas de lançamento das garrafas Plant Bottle, as primeiras feitas com biopolietileno no mundo,” conclui Szwarc.


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