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Têxteis ganham espaço no exterior - Argentina volta a ser o segundo maior importador dos produtos brasileiros


Os primeiros seis meses do ano renderam bons negócios para as empresas do setor têxtil no mercado internacional: além de conquistarem novos clientes, retomaram as vendas para a Argentina, que voltou a ser a segunda maior importadora dos produtos brasileiros, atrás apenas dos Estados Unidos. As vendas externas no período apresentaram o melhor desempenho dos últimos 11 anos, saltado de US$ 538 milhões para US$ 718,4 milhões, crescimento de 30,5%, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit).

Na Paramount Lansul, por exemplo, as exportações do primeiro semestre cresceram cerca de 40% em relação a 2002. O principal fator a impulsionar as vendas, afirma o presidente da companhia, Fuad Mattar, foi a reativação do mercado argentino, cujo volume de encomendas cresceu entre 6 e 7 vezes ao do ano passado. "Recuperamos todo mercado perdido na Argentina e ainda conquistamos novos compradores, que incrementam em mais 10% nosso volume exportado para o país." A empresa também acaba de fechar um contrato de venda de tecido pura lã para o famoso estilista Oscar de La Renta, o que tende a dar maior visibilidade para o produto brasileiro.

Para o diretor financeiro da Vicunha, Rubens Barhum, a indústria têxtil está colhendo frutos plantados há alguns anos. Apenas neste ano, a empresa investiu US$ 10 milhões na compra de cerca de 200 novos teares para a fabricação de índigo, produto exportado para a Europa, Estados Unidos e Argentina. Até o final do ano, diz ele, serão injetados US$ 60 milhões na companhia. "Temos de inovar sempre para conquistar novos mercados."

A opinião é compartilhada por Fabiano Soares Nogueira, diretor da Cedro Cachoeira, que registrou aumento de 84% nas exportações do primeiro trimestre. Na avaliação dele, o segredo para entrar no mercado internacional é investir pesado em qualidade do produto e representantes no exterior.

"Além disso, as empresas precisam se diferenciar para bater concorrentes como a China", analisa Fernando Pimentel, diretor de Marketing da Tecidos Ferreira Guimarães, fabricante de índigos. As vendas externas da empresa no primeiro semestre dobraram em relação a 2002. Os principais compradores são México e Argentina; e na Europa, Portugal e Espanha.

Segundo Nogueira, uma tendência que deve crescer no mercado nos próximos anos é a exportação de confecções. Ele explica que os países de primeiro mundo estão eliminando esse tipo de atividade e procurando cada vez mais comprar roupas prontas.

Expectativa - Hoje o Brasil, é 7.º maior produtor têxtil mundial. Apesar do aumento das exportações, a participação no mercado internacional ainda é pequena, de 0,4%. Por enquanto, a meta é atingir 1% do mercado. Para isso, a expectativa é exportar US$ 4 bilhões até 2008. Em 2002, o setor exportou US$ 1,18 bilhão.

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