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Trading americana aposta em álcool


O crescente mercado americano para o álcool e o compromisso de redução do uso de combustíveis poluentes nos EUA estão abrindo uma nova oportunidade de negócios no setor sucroalcooleiro. A trading e distribuidora americana Vinmar, com sede em Houston, no Texas, procura parceiros para negociar álcool no mercado internacional.

Com forte atuação nos mercados químicos e petroquímicos e faturamento da ordem de US$ 1 bilhão por ano, a Vinmar quer ser uma base de operação mundial para álcool, afirmou ao Valor César Canali, diretor de marketing da trading. "O álcool vai substituir o MTBE, aditivo usado na gasolina, cujos consumidores vão migrar para o álcool". Maior produtor mundial de álcool, com oferta estimada em 14,5 bilhões de litros nesta safra 2003/04, as usinas brasileiras começaram a ser sondadas pela trading para a formação de parcerias. À Vinmar interessa a garantia de entrega do produto.

Um dos prováveis investimentos deverá ser feito no Caribe. Os países da região são beneficiados pela Iniciativa da Bacia do Caribe (Caribbean Basin Initiative), criado na década de 80 para estimular o desenvolvimento de suas indústrias, com isenção ou redução de tarifas para exportação. Mas a região ainda não usa todo o seu potencial. O Caribe pode exportar até 7% da demanda interna dos EUA por álcool , percentual hoje equivalente a cerca de 500 milhões de litros. O Brasil tem se beneficiado dessa medida nos últimos anos, por meio da chamada "triangulação" do álcool. O álcool hidratado brasileiro é vendido ao Caribe, onde é industrializado e enviado sem tarifa aos EUA. Os volumes atingem 150 milhões de litros por ano.

Para Canali, a trading poderá ser parceira de empresas interessadas em montar uma destilaria no Caribe. Há dois anos, os principais grupos brasileiros, entre eles Crystalsev, Copersucar e Cosan, chegaram a estudar a criação de uma empresa off-shore na região, mas o projeto não avançou. Agora, voltou à tona, segundo João Carlos de Figueiredo Ferraz, presidente da Crystalsev. Na prática, prática, nada foi fechado.

Segundo Canali, não interessa à Vinmar ser produtora de álcool. "Mas se for para viabilizar a garantia de entrega do produto, podemos ser parceiros em projetos no Caribe".

No Brasil, a Vinmar tem apenas contratos fechados na área petroquímica. Neste ano, a parceira da trading no país é a Rio Polímeros, petroquímica instalada em Duque de Caixas e que entrará em operação a partir de 2004. A companhia brasileira negociará a distribuição de polietileno - tipo de resina plástica -, de até 150 mil toneladas por ano, para a empresa americana.

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