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Transgênicos demandam 13 anos de estudo e R$ 400 milhões 

O Brasil já pesquisa e desenvolve transgênicos há 20 anos


Uma pesquisa desenvolvida pela consultoria Phillips McDougall indica que os transgênicos demandam, em média, 13 anos de estudo para que um produto chegue ao mercado. Além disso, o levantamento também descobriu que cada novo transgênico custa cerca de R$ 400 milhões, sendo que 51% desse valor é investido em desenvolvimento do produto, 23% na descoberta do gene e os 26% restantes são investidos em testes de biossegurança e no processo de aprovação. 

Segundo os resultados obtidos pela Phillips McDougall, o desenvolvimento de um transgênico é um processo demorado e caro, isso porque é preciso descobrir o gene correto para o melhoramento da produtividade, o que também depende da liberação comercial de uma cultivar específica, composta pelo trecho de DNA na qual o genoma da própria variedade está editado. O agrônomo Hugo Molinari, especialista em genética ambiental e pesquisador da empresa brasileira de pesquisa agropecuária (Embrapa) lembra que o Brasil já desenvolve transgênicos há 20 anos e que nunca foi registrado nenhum malefício para a saúde humana. "É bastante coisa. No mínimo, isso confirma a segurança desses produtos, desde o princípio atestada por inúmeros pesquisadores e agências reguladoras", destaca. 

O especialista explica que isso se deve ao rigor das avaliações pelas quais os transgênicos são submetidos, o que requer altos custos e uma grande espera, fatores que interferem para que poucas empresas tenham capital suficiente para esperar o desenvolvimento dos transgênicos. Apesar dessas dificuldades, Molinari afirma que o Brasil conseguiu desenvolver produtos inovadores e que facilitam a produção de alimentos. "A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por exemplo, foi a primeira empresa pública do mundo a aprovar um OGM. Em 2011, ela conseguiu, na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), a autorização para a comercialização do feijão GM resistente ao vírus do mosaico dourado, uma doença que devasta as lavouras dessa leguminosa", exemplifica. 

O agrônomo também lembra que a FuturaGene foi a primeira empresa a ter a aprovação para a produção de um eucalipto transgênico, que é o primeiro do mundo que tem potencial para diminuir a área plantada, o que reduziria o impacto sobre as florestas. De acordo com Molinari, exemplos como esses são a prova de que o Brasil tem potencial para se tornar um dos maiores países no setor de biotecnologia e desenvolvimento vegetal.

  

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