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Transgênicos dividem produtores do Rio Grande do Sul


Centenas de produtores participaram ontem (18-03) do primeiro dia da Marcha Camponesa por um Brasil Sem Fome, organizada pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), em Lajeado, no Rio Grande do Sul. Os manifestantes bloquearam por 30 minutos a ponte sobre o Rio Taquari, que liga Lajeado a Estrela, na BR-386, causando um congestionamento de quatro quilômetros nos dois sentidos da rodovia.

Entre as exigências do MPA estão a venda em separado da soja convencional e a proibição dos transgênicos. Após o ato, os manifestantes seguiram novamente em direção à BR-386 e interromperam o trânsito na ponte entre Lajeado e Estrela. Trinta minutos depois, os manifestantes liberaram a rodovia, após confirmação de audiência com o governador Germano Rigotto amanhã, às 14h, em Porto Alegre. Seguiram até Estrela, onde pernoitaram. Hoje, devem continuar a caminhada.

Por outro lado, os tratores que normalmente são utilizados para o trabalho nas lavouras dos produtores da região do Alto Jacuí foram usados para pendurar faixas e pedir a liberação do plantio de transgênicos ontem à tarde, em uma manifestação no município de Ibirubá.

Centenas de agricultores, representantes de sindicatos rurais e cooperativas e lideranças políticas da região se reuniram em um posto de combustíveis, no quilômetro 53 da RS-223, para protestar contra a proibição do plantio da soja geneticamente modificada. Eles pretendem permanecer concentrados no local até as 6h de amanhã, quando cerca de mil manifestantes são esperados em um tratoraço até o município de Não-Me-Toque, onde se realiza a Expodireto Cotrijal 2003.

Parte das máquinas percorreu as ruas de Ibirubá, no início da tarde de ontem, para pedir o apoio da população. O prefeito, Mauri Henrich, decretou ponto facultativo no município a partir das 15h. Muitos estabelecimentos comerciais fecharam as portas e liberaram os funcionários para se juntarem ao protesto.

"O governo federal está se omitindo sobre a regulamentação da soja transgênica. Já conseguimos a comercialização desta safra e a continuidade das pesquisas. Agora, queremos a liberação para o plantio da próxima safra", disse o presidente do Clube Amigos da Terra de Ibirubá, Robson Paloschi. Para o presidente do Sindicato Rural de Cruz Alta, Carlos Alberto Faccin, a manifestação organizada em Ibirubá se diferencia das demais porque reuniu pequenos, médios e grandes produtores para lutar pela mesma causa.

"A soja desta safra, evidentemente, será liberada. O que não podemos é assumir compromissos futuros de plantio ou de não-plantio. A terra é nossa. Nós plantamos o que bem entendermos", afirma. No final da mobilização, os organizadores pretendem encaminhar um ofício a diversas entidades governamentais.

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