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Transparência é melhor caminho para conquistar mercados

A rotulagem do produto que mostra desde a origem até a industrialização é essencial para evitar possíveis barreiras sanitárias a agregar valor ao produto


A transparência com o consumidor é o melhor caminho para conquistar novos mercados. Este foi o principal assunto debatido na terça-feira (26-06) no painel: Mercado Mundial: Estratégia de Competitividade, durante o 22º Seminário Cooplantio, em Gramado (RS). A rotulagem do produto que mostra desde a origem até a industrialização é essencial para evitar possíveis barreiras sanitárias a agregar valor ao produto. Para a painelista Marcia Dutra Barcellos, mestre e doutoura em agronegócios pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Agronegócios da UFRGS, o Brasil não se adequou às exigências de mercados valorizados, como os Estados Unidos e o Japão, na questão da carne bovina.

Marcia cita exemplos de países como a Austrália, que fornece todas as informações necessárias no rótulo do produto sobre a carne bovina. "A Austrália destina US$ 120 milhões para investimento em pesquisa e marketing do produto. Estes recursos são oriundos da cadeia produtiva, sendo que cada produtor contribui com US$ 5", explica. Os pecuaristas dos Estados Unidos também contribuem neste segmento com a doação de US$ 1 para pesquisas e também informam a origem do produto. Além das exigências do mercado, Marcia mostra que o consumo de carne de frango e suína vem crescendo, o que resulta em menor demanda para a carne bovina. "O aumento no consumo de outras carnes exige maiores cuidados ainda maiores no segmento bovino", conclui.

Já para o mercado da soja, a situação é favorável. De acordo com o palestrante Lione Severo Correa, gerente geral de negócios no Brasil de uma empresa estatal chinesa, os preços da soja devem se manter acima dos US$ 7 o bushel nos próximos três anos. A redução no plantio deste ano nos Estados Unidos, que deve baixar a produção de 86 milhões de toneladas em 2006 para 74 milhões de toneladas este ano, e o recuo nos estoques mundiais são as razões para a valorização. "O mercado da soja teve quatro picos de alta no preço de 1988 até 2004, e neste momento passa por outro", alerta. O painelista fez um balanço dos melhores meses para a comercialização da oleaginosa. Destaca que março, junho, setembro e dezembro foram os meses que apresentaram maiores índices, enquanto janeiro, fevereiro, abril, maio, julho, agosto e outubro, os meses que atingiram os níveis mais baixos.

O mercado de arroz também deve se mostrar positivo nos próximos anos. O diretor do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Rubens Silveira, ressalta que a tendência nos próximos anos é de estoques mundiais mais baixos, ocasionando preços mais elevados. "Os preços no mercado internacional vêm aumentando desde a temporada 2001/02, mas o câmbio prejudica os embarques brasileiros", enfatiza. Mesmo assim, os embarques brasileiros estão crescendo. No ano passado foram exportadas 452,3 mil toneladas e neste ano devem superar esta marca. Outro fator que deve ser favorável aos orizicultores é o aumento de área na América do Sul e do Norte para a produção de biodiesel, que vai provocar recuo nas áreas de arroz de países como a Argentina e o Uruguai.

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