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Trigo sinaliza maior rentabilidade no RS

Após três safras no vermelho, plantio terá desembolso inferior ao valor de venda


Após três safras no vermelho, os triticultores gaúchos plantarão com um desembolso inferior ao valor de venda do grão, aponta o primeiro levantamento da safra 2011, que a Fecoagro apresenta nesta terça-feira (17), no Fórum Nacional do Trigo, em Ijuí. A pesquisa, baseada nos valores de insumos em abril e no atual preço de R$ 25,00 por saca ao produtor, indica rentabilidade positiva em relação ao custo variável de R$ 24,60. Já em comparação ao custo total de R$ 34,34, que inclui depreciação de maquinário entre outros, a defasagem persiste. O estudo, feito junto a cooperativas ligadas à federação, confirma projeções anteriores de que a boa colheita no verão deve impulsionar o plantio neste inverno. A Fecoagro projeta expansão de 10% em relação à safra passada, num total próximo a 900 mil hectares. De acordo com o levantamento, o custo total de produção é hoje de R$ 1.373,57 por hectare, considerando tecnologia média e produtividade de 40 sacas/ha. Neste cenário, o triticultor necessitará colher 36,4 sacas por hectare para cobrir o custo variável de R$ 907,00 por hectare, volume tranquilamente factível considerando que, na safra 2010, o Estado fez média de 38,46 sc/ha.


No comparativo com a safra passada, os custos variáveis subiram 4%. E, apesar de o combustível ter aumentado 13% nos últimos 12 meses, os serviços, 7%, o salário mínimo, 6,8% e a inflação, 6,5%, os custos totais tiveram impacto de 3,6%. Isso foi possível porque itens como inseticidas, fungicida e pesticidas ficaram estáveis, explica o autor do estudo, o economista Tarcísio Mineto. Ele alerta, contudo, que o preço mínimo será o mesmo de 2010. No caso do trigo pão, oscilará entre R$ 23,81 e R$ 29,97.

O preço do trigo subiu 12% no RS nos últimos 12 meses. Ainda assim, abaixo do aquecimento externo de cotações, de 60%, e inferior aos 15% de reajuste verificado no mercado nacional. Mais um motivo para que o produtor aposte em eficiência. "Produtor que busca competitividade não pode colher menos de 2,6 mil quilos/ha com qualidade", defende Hamilton Jardim, presidente da Comissão de Trigo da Farsul. Ele lembra que, apesar da redução do custo, a Argentina tem um custo de produção de R$ 350,00 por hectare.

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