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Trigo volta a subir e se aproxima do preço da soja

O cereal teve nova alta na Bolsa de Chicago e atingiu US$ 9,6 por bushel, o equivalente a 95,15% do preço da soja


O trigo teve nova alta na Bolsa de Chicago (CBOT) e atingiu US$ 9,6 por bushel, o equivalente a 95,15% do preço da soja (US$ 10,0950 por bushel). Relação semelhante aconteceu em 11 de outubro do ano passado, quando a cotação do trigo chegou a valer 94,37% do preço da oleaginosa. "Historicamente, as cotações da soja ficavam em US$ 6, enquanto as do trigo, em US$ 3 e US$ 4. Mas ambas as commodities avançaram, no entanto, o trigo em velocidade maior", avalia Benedito de Oliveira, analista da AgRural.

Mas, no mercado interno, esse ritmo está mais avançado pela própria condição do País de não ser auto-suficiente na produção de trigo - o Brasil consome 10,5 milhões de toneladas e produz 3,5 milhões, conforme o analista. A saca da soja no Norte do Paraná foi comercializada ontem a R$ 39,00, enquanto que a do trigo continua estável em R$ 230 a tonelada, o equivalente a R$ 37,80 por saca, ou seja, 96,9% do preço da oleaginosa, segundo dados da AgRural.

A estabilidade dos preços do cereal, apesar de o mercado estar ofertado pela colheita do Paraná que já ultrapassou os 55% da área plantada, se justifica pela oferta brasileira ser a única opção disponível neste momento às indústrias do setor, segundo o analista de trigo da Safras & Mercado, Élcio Bento. "O produtor está em posição privilegiada. A ausência de outras opções de compra pelos moinhos vão manter o mercado até a entrada da safra argentina, no final de novembro", analisa Bento.

Demanda aquecida:

A demanda aquecida pela soja brasileira fez com que a oleaginosa fechasse com cotações em alta ontem no mercado interno. Segundo a AgRural, negócios foram fechados em Paranaguá a R$ 43,70 a saca, alta de 1,6% em relação aos R$ 43 da última sexta-feira. Já na CBOT, a valorização foi inferior, de 0,1%.

Na semana, o grão no Brasil também teve evolução de preços superior ao ocorrido em Chicago. Na bolsa americana, a valorização foi de 1,4% entre sexta passada e a anterior. No mesmo período, o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) identificou uma valorização de 2,15% (PR). Na exportação, o preço FOB da soja atingiu ontem o maior valor desde 1997, quando começaram a ser feitas as estatísticas do Cepea. Para embarque em outubro, o valor atingiu US$ 23,70 a saca na última semana. Entre os motivos está a valorização do Real frente ao dólar que no acumulado deste ano chega a 13,72%. Segundo o Cepea, a alta se deve também aos prêmios positivos e o movimento altista na CBOT.

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