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Triticultura recupera espaço no Cerrado

A região deverá recuperar a redução de 10% da área de plantio duas últimas safras


O ano de 2013 começa com perspectivas mais consistentes de recuperação do trigo em alguns estados. Isso porque a triticultura no Brasil Central deverá recuperar a redução de 10% da área de plantio verificada nas últimas duas safras. O que levará os agricultores dos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal a apostarem no trigo, que foi recuperando aos poucos a competitividade no mercado: a comercialização passou de R$ 36,00 para R$ 50,00, a saca de 60 quilos, sendo vendida, em média, por R$ 45,00. A estimativa de crescimento da triticultura nesta região é do pesquisador Julio Cesar Albrecht, da unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Cerrados - Planaltina-DF).


De acordo com o pesquisador, em 2013 a área semeada com trigo no Brasil Central só não irá expandir ainda mais por falta de semente no mercado. Segundo ele, a redução da área de plantio de trigo, nas duas safras anteriores, foi consequência do alto preço do feijão, que fez com que os agricultores preferissem substituir a cultura. Embora este ano o preço do feijão continue alto, muitos produtores deverão plantar o trigo em função da necessidade de fazer rotação de culturas. Isso porque o trigo, como gramínea, é uma planta supressora de doenças do solo principalmente em áreas irrigadas por pivô central.

A época indicada para plantio de trigo irrigado no Cerrado do Brasil Central é de 10 de abril a 31 de maio. A cultura atinge maiores índices de produtividade se plantada até a primeira quinzena de maio. As duas cultivares da Embrapa indicadas para esta região, BRS 264 e BRS 254, chegam a render, em nível de lavoura, respectivamente, 135 e 115 sacas de grãos por hectare. Em média os triticultores colhem em torno de 110 sacas/hectare com a BRS 264 e 100 sacas/hectare com a BRS 254.

De acordo com Jorge Henrique Chagas, pesquisador da Embrapa Cerrados/Trigo, a densidade de plantio indicada para o trigo irrigado é de 350 a 380 sementes aptas por metro quadrado. O espaçamento normalmente usado para trigo é de 17 cm entre linhas. Outros espaçamentos são possíveis, mas, de preferência, não devem ultrapassar 20 cm.

Em Mato Grosso, a primeira reunião da Câmara Técnica do Trigo do Conselho de Desenvolvimento Agrícola da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf) aconteceu neste mês de março. Os temas da pauta foram: como resgatar a lei do Funtrigo (Fundo de apoio a cultura do trigo) e a criação de um Centro de Pesquisa para o trigo tropical em Mato Grosso, deliberados em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por meio do Centro Nacional de Pesquisa (CNP Trigo) e o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), e através da Agronomia de São Vicente. As câmaras são instrumentos para formulação de políticas públicas e privadas, e essas reuniões visam fazer o acompanhamento e desenvolvimento das ações do trigo em Mato Grosso. De acordo com pesquisador da Empaer, Hortêncio Paro, esse fundo (Funtrigo) visa em futuro breve, alavancar a triticultura em Mato Grosso à semelhança do que aconteceu com a Facual, atual Instituto Mato-grossense do Algodão (IMA).

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