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UBA recomenda que o volume de alojamento seja reduzido em até 15%


As empresas do setor avícola brasileiro receberam sinal de alerta e devem colocar um pé no freio a partir dos novos alojamentos que começam a ser feitos junto aos produtores integrados no sistema de produção. A recomendação é para que seja reduzido o volume de alojamento em percentuais que podem chegar a 15%.

A informação partiu da União Brasileira de Avicultura (UBA) com base em uma suposta retração no consumo mundial. Em Cascavel, no Paraná, as empresas do setor já estão definindo alojamentos menores para evitar problemas na formação dos estoques.

O empresário Roberto Kaefer, da Globoaves, uma das maiores empresas avícolas da América Latina, disse que muitas indústrias já iniciaram a redução há cerca de 20 dias. Um dos motivos está relacionado com uma espécie de retração no mercado russo, considerado grande importador. Mas não é só isso.

O mercado brasileiro também está se comportando de forma recessiva. Para se ter idéia, o consumo médio per capita em 2002 foi de 32 quilos de frango ao ano. No ano passado o consumo caiu para 31 quilos e esse ano deve cair para apenas 30 quilos ao ano.

Ainda não há uma pesquisa oficial sobre os motivos da queda, mas há quem diga que a retração no consumo de carne de frango está relacionada com a queda do poder aquisitivo da população brasileira e o reajuste de preços no produto.

O frango, por exemplo, que chegou a ser considerado o âncora do Plano Real, na época do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, hoje se transformou em artigo de luxo. O quilo que era vendido por R$ 0,90, em média hoje custa R$ 3,50. Os valores subiram de forma exagerada segundo os próprios consumidores, obrigando as donas de casa a optarem por outras alternativas.

Mas, se por um lado as empresas estão reduzindo os alojamentos, por outro os produtores não terão problemas. Pelo menos essa é a afirmação do próprio empresário. Segundo ele, a maioria dos aviários já vem trabalhando com um alojamento acima da média e essa suposta redução apenas normalizaria o sistema. "Isso não significa que haverá paralisação da atividade ou uma espécie de inviabilização. Pode ser considerado como apenas uma espécie de acomodação do mercado", disse.

Nos frigoríficos a redução em 15% vai ocasionar reflexos nos turnos de trabalho mas não haverá demissões. "O que vai acontecer é que quando esses lotes que estão em fase de terminação forem abatidos, muitos frigoríficos deixarão de abater nos sábados e domingos ou de fazer os chamados turnos extras", disse. "Porém não deve haver nenhuma demissão de funcionários. Esse é um período transitório e o mercado tende a voltar para os patamares normais de consumo", afirmou.

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