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UE pede impulso nos investimentos no setor agrícola da África

Objetivo é acompanhar interesse de países como China e Brasil


As empresas europeias devem investir mais no setor agrícola da África, a fim de conseguir acompanhar o crescente interesse de países como China e Brasil, disse a principal autoridade agrícola do bloco nesta quarta-feira.

Lar de um quarto das terras férteis do mundo, mas responsável por somente 10 por cento da produção agrícola mundial, o potencial de crescimento no setor agrícola da África é claro, disse o comissário agrícola da União Europeia, Dacian Ciolos.

Mas problemas com transporte e infraestrutura de armazenamento estão entre os fatores que atrasam o crescimento do setor, o que não só ameaça a segurança alimentar do continente, mas também se apresenta como uma oportunidade para investimentos privados da Europa e outras regiões.

"Isso mostra como é importante que a União Europeia esteja presente no debate sobre segurança alimentar, e não virar suas costas para a África, em um momento em que outras partes do mundo se tornam cada vez mais interessadas", disse Ciolos durante um workshop em Bruxelas sobre os investimentos agrícolas na África.

Maiores investimentos no setor agrícola africano também ajudariam a preencher a lacuna criada por um declínio do apoio público europeu para o setor, o qual caiu quase que pela metade desde os anos de 1980, disse Ciolos.

"A agricultura tem ficado em segundo plano ante outras prioridades políticas e econômicas, apesar do desafio da fome mundial", acrescentou.

Uma crescente demanda global por alimentos nos últimos anos tem gerado um aumento nos investimentos em grande escala nas terras da África subsaariana por empresas estrangeiras, que têm sido acusadas de grilagem com a ajuda de complacentes autoridades africanas.

Segundo Ciolos, governos e empresas têm uma responsabilidade compartilhada para garantir que qualquer investimento respeite os direitos das comunidades locais em relação ao acesso da terra, e pediu que haja um foco no investimento de pequenos produtores, os quais representam 70 por cento da oferta total.

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