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UEG realiza estudos em parceria com a Bayer para conter ferrugem


Determinada a desenvolver novos produtos enquanto investe em conhecimento, a unidade universitária da Universidade Estadual de Goiás (UEG) em Ipameri realiza pesquisas conjuntas com a multinacional Bayer. O objetivo é desenvolver produtos como herbicidas e fungicidas.

De acordo com a diretoria da unidade, o foco é a ferrugem asiática, que tem provocado a destruição de lavouras inteiras de soja no País. Na região de Ipameri levou à quebra da safra entre 30% e 40% porque ninguém conhecia o efeito da doença.

O desconhecimento sobre a ferrugem asiática (Phakopsora packyrhizi Sydow & P. Sydow) e seus efeitos danosos às plantações de soja desafiam os pesquisadores. Para se ter uma idéia do seu poder devastador, ela destrói uma lavoura três dias após a manifestação. No acordo conjunto, que tem a parceria da Fundação Pró-Cerrado e Meio Ambiente, da Bayer e da unidade de Ipameri, as pesquisas serão coordenadas por mestres do curso de Agronomia, que irão apontar um diagnóstico sobre a manifestação e a evolução da doença. Tudo será monitorado, desde o surgimento da doença até a fase da colheita da soja plantada.

Nas bases do acordo, cabe à Bayer o repasse de equipamentos como lupa (para identificar a doença) e computadores (para formatar o banco de dados) com tecnologia atualizada, além do pagamento de salários para dois bolsistas do curso de Agronomia da universidade em Ipameri. Um laboratório, em Campo Alegre, localizado a 50 quilômetros da unidade, também será utilizado.

Danos – A ferrugem asiática, causada por Phakopsora packyrhizi Sydow & P. Sydow, se mostra presente a partir do esporo do fungo no ar, conforme já identificado em unidades de alerta e soja voluntária. Ela é rápida na disseminação e na instalação nas lavouras de soja. Sua agressividade ganha fôlego na ausência de resistência genética das cultivares de soja mais usadas.

No momento em que as lavouras comerciais chegam à fase de florescimento há probabilidade de surgimento de ferrugem, de acordo com membros do Consórcio Anti-Ferrugem da Embrapa. Fatores como clima seco, semelhança de sintomas com as doenças de fim de ciclo e uso de fungicidas para controle dessas doenças e de oídio dificultam o estabelecimento da ferrugem e sua identificação, segundo informações de técnicos da Embrapa.

Também já se sabe, entre outras informações, que os períodos prolongados de seca prejudicam o estabelecimento da ferrugem nas plantações. Mas o perigo ronda, ganha intensidade e torna os ataques fulminantes quando as precipitações pluviais estão acima da média.

Isto porque a ferrugem asiática da soja depende de umidade e encontra terreno para avançar quando a temperatura é amena, entre 8 ºC e 36 ºC.

Identificada pela primeira vez no continente americano em 2001, no Paraguai, a ferrugem asiática causou, de imediato, uma redução de rendimento de 1.100 kg/ha. Na safra 2001/2002 ela foi encontrada no Paraná e atacou, simultaneamente, nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.

Nos locais mais atingidos, as reduções de rendimento de grãos foram estimadas entre 30% e 70%. Há dois anos, a ferrugem asiática causou perdas financeiras estimadas em 112.000 toneladas, ou o equivalente a US$ 24,7 milhões, cálculo baseado em US$ 220,50 por tonelada de grão.

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