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Um empreendedor da mandioca

Por volta de dez toneladas são processadas toda semana e chegam ao consumidor embaladas em pequenos pacotes à vacuo


Jovem produtor da região de Assaí fez da colheita e processamento de aipim uma fonte de empregos para a população de Pau D'Alho do Sul.

No desconhecido distrito de Pau D'Alho do Sul, no município de Assaí (norte), um jovem produtor de 40 anos se destaca pelo seu empreendedorismo e capacidade de gerar empregos. Vanderlei Rodrigues dos Santos conseguiu, apenas com terras arrendadas, tornar-se uma unanimidade na região quando o assunto é a produção e comercialização de mandioca in natura. Contando com cerca 50 funcionários diretos, Vandinho - como é conhecido no distrito - além de colher o produto, compra de agricultores próximos e envia por volta de 35,7 toneladas da raiz semanalmente para grandes redes de supermercados, sacolões e comerciantes da região de Curitiba. O faturamente, entretanto, ele não quis revelar.

Desse volume, por volta de dez toneladas são processadas toda semana no distrito e chegam ao consumidor embaladas em pequenos pacotes à vacuo, prontas para o consumo, com o nome de 'Aipim do Norte-Pr'. Numa pequena chácara de quatro mil metros quadrados, Vandinho faz todo o processo: desde a lavagem, passando pelo limpeza e descasca até o embalo e resfriamento. ''Quando o negócio começou a dar certo, preferi investir no processamento da mandioca ao invés de comprar terras. Para mim, gerar empregos aqui no distrito é mais importante, já que é difícil arrumar trabalho nessa região'', explica Vanderlei, que injetou R$ 150 mil para que seu negócio ganhasse tais proporções.

Como o jovem produtor trabalha com 20 alqueires de terras arrendadas, sua produção de mandioca tem que ser mais intensa que o normal. Ele planta três vezes por ano, e não apenas entre os meses de agosto e outubro. Com isso, ele acaba sempre colhendo com quatro meses de antecedência. ''Comecei consumindo um alqueire de mandioca por ano, hoje são 40. Planto para que não falte mercadoria aos meus clientes, mesmo que a produção seja menor por alqueire. Não posso deixar meus consumidores na mão e meus funcionários parados'', ressalta Santos, que possui 12 colaboradores direcionados apenas para a colheita do produto.

Com a elevada demanda da Capital paranaense, Vanderlei viu como alternativa receber o produto de outros agricultores da região, que possuem dificuldade de vender sua colheita nos grandes centros urbanos. ''Essa mandioca representa de 10% a 15% de tudo que processo e vendo. Alguns chegam para me entregar seu produto a cavalo. O pequeno agricultor deve ter para quem vender, se não ele não consegue continuar no meio rural. Aqui em Pau d'Alho não há muitas alternativas'', opina o empresário, que cursou apenas até a terceira série do Ensino Fundamental.

Para os próximos anos, Vandinho pretende ampliar sua linha de venda fornecendo a mandioca embalada para grandes cidades. Ele comenta que já é possível vender para outros municípios do Estado, mas a dificuldade é conquistar uma boa clientela. ''Tenho uma estrutura montada com um caminhão, uma câmara fria e três máquinas para embalar à vacuo (no valor de R$ 8,3 mil cada). Estamos incentivando os agricultores do distrito a plantar. Meu objetivo é triplicar o número de empregos em pouco tempo'', projeta.

SAIBA MAIS

Números da mandioca
Empresa Aipim do Norte-Pr
Funcionários: 50 (diretos)
Mandioca processada: 10 toneladas (semana)
Mandioca suja enviada: 25,7 toneladas (semana)
Investimentos na marca: R$ 150 mil
No Paraná
Safra 2008/2009: 3,6 milhões de toneladas
Safra 2009/2010: 4,3 milhões de toneladas
Maiores produtores:
1º Paranavaí - 1,3 milhão de tonelada
2º Umuarama - 1 milhão de tonelada
3º Toledo - 629 mil toneladas

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