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Um novo Brasil Rural

Nova agenda para o desenvolvimento do campo brasileiro


O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, apresentou, nesta segunda-feira (23), em São Paulo, capital, propostas de uma nova agenda para o desenvolvimento do campo brasileiro. Focadas, especialmente, na sustentabilidade ambiental (agroecologia e uso consciente da água), na democratização do acesso à terra (discussão da função social da terra e da propriedade urbana) e no fortalecimento da agricultura familiar (apoio ao cooperativismo e ampliação de mercados institucionais).

Ao reforçar a necessidade de se discutir a função social da propriedade, o ministro afirmou que a terra é um bem público. “Quem guarda a água? A terra. A produção de alimentos, a sustentabilidade, a questão da água, da biodiversidade e da agroecologia estão ligados à terra”.

Antes de apresentar as propostas, o ministro destacou as diferenças entre os dois projetos voltados para o meio rural brasileiro: o da agricultura familiar e o da patronal, o primeiro tem a terra como espaço de produção da vida, e o segundo como mercadoria.

Dicotomia

Segundo dados apresentados por Patrus, 34% da população brasileira vivem em municípios com até 50 mil pessoas, e 45% dos municípios têm até 10 mil habitantes, onde a economia é impulsionada, principalmente, pela produção camponesa. “Precisamos quebrar a dicotomia rural-urbano. A terra é a mesma, a comida é a mesma, a água é a mesma”, alertou. E lembrou uma frase famosa dos movimentos sociais: “se o campo não planta, a cidade não janta”.

A palestra ‘Uma agenda democrática para o Brasil Rural’ fez parte do Ciclo de Debates promovido pelas fundações Perseu Abramo e Friedrich Ebert - da Alemanha. Participaram representantes de movimentos ligados à luta pela reforma agrária e à agricultura familiar e especialistas sobre o tema agrário.

Após a apresentação do ministro, foi a vez dos participantes comentarem o tema. Kelli Manfort, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), reforçou o discurso de Patrus e disse que, cada vez mais, as questões agrárias e urbanas estão relacionadas. “É preciso repensar o desenvolvimento do campo brasileiro, e impor uma agenda democrática para todos aqueles que estão impactados pelo modelo atual, trabalhadores rurais, indígenas, quilombolas, e também com aqueles que vivem nas grandes cidades”, saleintou. “Nunca antes, a agenda rural se aproximou tanto da agenda ambiental”, complementou.

Além dela, falaram representantes da Comissão Pastoral da Terra (Padre Severino), do Movimento dos Pequenos Agricultores (Romário Rossetto) e trabalhadores rurais inscritos. Entre os assuntos, direcionados ao ministro, a redução do orçamento da pasta, a aquisição de terras para acampados e a promoção da paz no campo.

O ministro reconheceu que os desafios são muitos, mas assegurou que os funcionários do MDA e do Incra estão empenhados a enfrentá-los. “Estamos trabalhando, fazendo um grande esforço para correspondermos essas demandas, com a reforma agrária e com o desenvolvimento da agricultura familiar”.


Ascom/MDA

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