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Uma grande frente pró competitividade do leite

Meta da CNA é aumentar a produção em 70%, em 10 anos


A proposta foi feita pela presidente da CNA, Kátia Abreu, às indústrias de laticínios. Meta da CNA é aumentar a produção de leite em 70%, em 10 anos, chegando a 57,6 bilhões de litros em 2023

A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, propôs às indústrias de laticínios a formação de uma grande frente em favor do aumento da competitividade da produção de leite e derivados no Brasil, em reunião, na quinta-feira, na sede da entidade, em Brasília. Ela mostrou que, enquanto a produção de leite aumentou 4,6% ao ano, entre 2008 e 2012, o consumo cresceu 5,4% no mesmo período, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). “Se o consumo de leite continuar a crescer neste ritmo, será preciso aumentar as importações, com prejuízos ao produtor brasileiro”, afirmou. Estima-se que, este ano, a importação de leite chegará a 1.175 milhões de litros.


Segundo a senadora, o crescimento da produção e da competividade do setor não acompanhou a expansão do consumo de leite no Brasil. Por esse motivo, defende investimentos na melhoria do desempenho da pecuária de leite, para aumentar a produção com ganhos de produtividade. Hoje, cerca de 931.215 estabelecimentos rurais comerciais, que representam 70,5% do total das propriedades que comercializam leite no País, produzem até 50 litros de leite/dia. Representam, no entanto, apenas 24,4% da produção nacional.

Ao abrir a reunião, a presidente da CNA disse aos representantes das indústrias que apresentou uma radiografia detalhada da situação da cadeia produtiva dos laticínios em audiência com a presidente Dilma Rousseff, obtendo boa receptividade às solicitações de políticas de apoio. Informou, ainda, que diversas medidas já deverão ser incluídas no próximo Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/2014.

Falou, também, sobre o grande interesse demonstrado pelos empresários chineses pelo leite em pó brasileiro durante sua visita a uma feira em Shangai. Segundo a senadora, a China quer diversificar suas compras junto à agroindústria brasileira, atuando de forma mais plural e democrática, sem concentrar os negócios nas mãos de poucos. Informou que a CNA realizará um pré seminário com pequenas e médias empresas brasileiras, em junho, em São Paulo, para preparar um grande encontro, em setembro, em Pequim, com a participação de empresários, investidores e autoridades do Governo, do Brasil e da China, que contará inclusive com a presença da presidente Dilma Rousseff.

“Estamos fazendo a nossa parte”, disse a presidente da CNA, ao apresentar o Programa Leite Legal, desenvolvido pelo SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) em parceria com o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa) para levar cursos de boas práticas agropecuárias a 81 mil propriedades rurais produtoras de leite.

Entre os conteúdos dos cursos, está a Instrução Normativa 62/11, do Ministério da Agricultura, que normatiza questões relacionadas ao manuseio, conservação e transporte do produto, entre outros itens. “É um esforço concentrado para melhorar a competência dos produtores, para que tenham renda e regularidade”, afirmou.


Ela pediu o apoio e a parceria das indústrias de laticínios para essa e outras iniciativas envolvendo capacitação, assistência técnica e extensão rural aos pecuaristas de leite. Disse que a intenção da CNA é “unir a cadeia do leite no que for possível para melhorar a performance da produção”. São programas e medidas que se destinam ao aumento da competitividade da pecuária leiteira, em debate atualmente com o Governo, que buscam associar o crescimento da produção à melhoria do processo de gestão, via assistência técnica ao produtor, capacitando-o a alcançar maior qualidade em sua atividade.

O Brasil é o quarto maior produtor de leite do mundo, com a produção de 32 bilhões de litros de leite, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, Índia e China, segundo dados de 2011 da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Para subir neste ranking, o Brasil precisa superar alguns desafios que envolvem ganhos de competitividade e redução dos custos de produção, para que possa alcançar os países mais competitivos do mundo, como Nova Zelândia, Argentina e Uruguai, cujos custos estão, hoje, na casa dos US$/litro 0,30 a 0,40.

A expectativa da CNA com a consolidação dos programas de apoio creditício e capacitação profissional do setor é reduzir a importação de produtos lácteos, para que o País possa aumentar a sua produção de leite em 70%, em 10 anos, chegando a 57,6 bilhões de litros em 2023. Também pretende atender até 2016/2017 os parâmetros de qualidade do leite exigidos pela IN 62/11, do MAPA, período determinado pela norma para o Brasil apresentar índices internacionais de qualidade. Outra meta é melhorar a alimentação do rebanho leiteiro para que os animais expressem todo o seu potencial genético, resultando em maior produtividade.

Também participaram da reunião o 1º vice-presidente da CNA e presidente da Federação da Agricultura da Bahia, João Martins da Silva Júnior, o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae e da Federação da Agricultura de Minas Gerais, Roberto Simões, o vice-presidente da CNA e presidente da Federação da Agricultura de Goiás, José Mário Schreiner, o vice-presidente diretor da CNA, José Ramos Torres de Melo, o vice- presidente da CNA e presidente da Federação da Agricultura de Santa Catarina, José Zeferino Pedrozo e o representante da Federação da Agricultura do Paraná, Ronei Volpi.

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