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União Européia compra mais soja transgênica


A União Européia já é considerada a maior importadora de soja transgênica do mundo. Estudos recentes revelam que na safra 2002/03 o bloco econômico consumirá aproximadamente 8 milhões de toneladas do grão geneticamente modificado, um indício de que a região não é contra o consumo de alimentos com modificações genéticas.

A expectativa é de que, dos Estados Unidos, os europeus comprem 5,9 milhões de toneladas nesta safra. Além disso, o maior indicativo de que o mercado de soja transgênica cresce a cada ano são as exportações da Argentina - onde quase 100% da área cultivada é de soja transgênica - para a União Européia.

Para o ano-safra 2002/03 o país sul-americano irá embarcar para o outro lado do oceano 1,8 milhão de toneladas. O volume é 50% superior ao período passado, quando foram exportadas 1,2 milhão de toneladas para a região. Já na safra 2000/01 os europeus importaram da Argentina 559 mil toneladas de soja, o que significa que a aquisição do produto geneticamente modificado (conhecidos como (OGMs) argentino mais do que dobrou em três safras.

Plantio proibido

"A Europa importa soja transgênica para consumo humano ou animal desde 1996. Ainda não é permitido porém o plantio comercial, apesar de na Espanha, Alemanha e Bulgária já estarem autorizados a cultivar organismos geneticamente modificados e já fazem isso com o milho", afirma Luiz Antônio Abramides do Val, diretor de biotecnologia na América Latina da Monsanto. Em sua opinião, mesmo que as exportações brasileiras ainda estejam superiores às da Argentina para a União Européia, o setor poderá ficar comprometido, já que a concorrência na soja com o vizinho deverá aumentar nos próximos anos.

Maior espaço

Dados do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações de Agrobiotecnologia (Isaaa, na sigla em inglês) mostram que pela primeira vez na história a área cultivada com soja transgênica superou a convencional. Dos 72 milhões de hectares do grão cultivados no mundo, 36,5 milhões são referentes a variedades geneticamente modificadas, ou seja 51% do total plantado, enquanto 35,3 milhões de hectares foram cultivados com soja convencional.

No que se refere ao cultivo mundial de transgênicos, o Brasil já aparece entre os cinco maiores países a cultivar esse tipo de produto, mesmo sendo proibido o plantio comercial no País. Dados não oficiais indicam que a área destinada aos transgênicos no Brasil seja de 3 milhões de hectares, atrás apenas dos Estados Unidos (39 milhões de hectares), Argentina (13,5 milhões de hectares) e Canadá (3,5 milhões de hectares).

"O plantio ilegal de soja geneticamente modificada no Brasil não é bom para ninguém. Não é bom para o País, pois diminui a credibilidade perante o mercado internacional e também não é bom para nós, porque as sementes cultivadas não são adquiridas de nossas unidades, o que fere o direito de propriedade intelectual", afirma Richard Greubel, presidente da Monsanto do Brasil.

Alexandre Inacio

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