União por terras para estrangeiros
Em encontro, terça-feira à noite em Brasília, com senadores e deputados, e o ministro Mendes Ribeiro Filho, dirigentes da Celulose Riograndense e da Stora Enso destacaram que a vigência dessa interpretação está engessando o desenvolvimento do setor
Lideranças do agronegócio estão buscando apoio de ministros e parlamentares gaúchos para mudar o entendimento do governo sobre a aquisição de terras por empresas brasileiras de capital estrangeiro. Desde 2008, parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) determinou que tais grupos devem obedecer às leis que limitam a aquisição de terras e, principalmente, que impedem as aquisições em faixas de fronteira. Com base nisso, o Incra publicou norma para padronizar a ação das superintendências, vetando a compra de terras por empresas brasileiras com maioria de capital estrangeiro. Em encontro, terça-feira à noite em Brasília, com senadores e deputados, e o ministro Mendes Ribeiro Filho, dirigentes da Celulose Riograndense e da Stora Enso destacaram que a vigência dessa interpretação está engessando o desenvolvimento do setor. O presidente da Celulose Riograndense, Walter Lídio, destaca que a regra foi mudada no meio do jogo. "É justo o objetivo da AGU de melhorar o controle de terras brasileiras, mas o processo precisa ser aperfeiçoado." Para ele, o país não pode fechar as portas para empresas. Segundo Lídio, o ministro Mendes se mostrou sensível e destacou que as florestas plantadas estão no planejamento do governo. O deputado Paulo Pimenta está convocando nova reunião do setor com a Casa Civil, AGU e Ministério da Agricultura.
Segundo Marcio Astrini, do Greenpeace, há indicativo de que, se a restrição for revogada, possa haver ampliação do desmatamento. "O estrangeiro compra terra aqui porque não pode mais desmatar em sua terra."
Segundo Marcio Astrini, do Greenpeace, há indicativo de que, se a restrição for revogada, possa haver ampliação do desmatamento. "O estrangeiro compra terra aqui porque não pode mais desmatar em sua terra."