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Unica começa a divulgar etanol em Washington e Bruxelas

A União da Indústria da Cana-de-açúcar vai anunciar nesta semana a abertura de dois escritórios internacionais


Esforço para ampliar mercado de álcool no exterior tem sido retardado pelas questões ambientais. A União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica) vai anunciar nesta semana a abertura de dois escritórios internacionais. A informação foi dada ontem (17-09), em Sertãozinho, pelo presidente da entidade, Marcos Jank, durante palestra no IX Fórum Internacional sobre o Futuro do Álcool, evento que marcou a abertura da Fenasucro & Agrocana 2007, maior feira mundial do setor.

Jank não citou quais os países terão representação da Unica, mas os dois primeiros deverão ser em Washington e Bruxelas, capital da União Européia. Um terceiro escritório deverá ser instalado na seqüência, em Tóquio, no Japão. A entidade também tem recebido pedidos de usineiros para a implantação de escritórios regionais em novas áreas canavieiras no País.

Empossado há pouco mais de dois meses, Jank disse que, ao contrário do que esperava ao assumir a presidência da Unica, tem tido pouco tempo para buscar novos mercados para o etanol. Segundo ele, as principais demandas do setor estão na área ambiental. Durante o fórum, que teve a participação da ministra do Meio Ambiente Marina Silva, Jank reclamou de ações judiciais que tentam impedir ou restringir a queima da cana em alguns municípios do País e da demora nos processos de licença ambiental para investimentos em cogeração de energia através do bagaço da cana.

Fazemos energia com o bagaço ou usamos energia suja, como térmicas a gás, opção que o governo parece querer para a matriz energética nacional", criticou Jank. Entre outras vantagens da cana, Jank falou do potencial do bagaço, capaz de produzir 14 mil MW em 2020, o equivalente a 15% das necessidades brasileiras.

"O Marcos Jank me deixou feliz e triste. Feliz pelas possibilidades da bioenergia. Mas nossos produtos e tecnologia precisam respeitar a equação do meio ambiente, que nos faz passar por crescimento em bases sustentáveis", disse a ministra Marina Silva. "Vamos conversar com todos - empresas, cientistas e população para chegar a uma solução, não para o governo, mas para o País".

Marina Silva disse que o ministério usou a "política de águia, que ataca o fígado das presas, contra os madeireiros clandestinos na Amazônia. Mas com vocês (do setor sucroalcooleiro), usaremos a política do beija-flor, para detectar o melhor do pólen entre vocês, ou seja, as boas práticas ambientais já adotadas pelo setor, e espalhá-las".

A ministra apoiou o diálogo entre os produtores do setor e diferentes áreas do governo, para equacionar divergências e proteger o meio ambiente. E defendeu o zoneamento agrícola como forma de aplicar "regras ambientais mais abrangentes".

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