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Unica fará lobby no exterior para atrair clientela

A primeira ação será abrir escritórios de representação nos EUA, Europa e Ásia


O foco do mercado de álcool combustível no curto prazo é o doméstico. A expansão das vendas dos carros flex deverá absorver quase a totalidade da produção nacional. No médio prazo, a partir de 2010, o alvo das usinas passa a ser o mercado internacional. É para isso que a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) começa a trabalhar, desde já, segundo anunciou nessa segunda-feira (25-06) Marcos Sawaya Jank, novo presidente da entidade. Jank substitui Eduardo Pereira de Carvalho, que deixa o posto para atuar no setor sucroalcooleiro.

A primeira providência será abrir escritórios de representação em pelo menos três importantes pontos de negociação de etanol: Estados Unidos, Europa e Ásia. Jank defende a prática de um "saudável lobby legalizado", próximo dos principais clientes potenciais do Brasil.

"Não há nada mais democrático do que o exercício do lobby" , afirmou. Nos Estados Unidos, a principal meta não será derrubar as barreiras tarifárias. O endereço do escritório será Washington. "Há alternativas para o ingresso de etanol no mercado americano". Entre essas está a criação de cotas ou a instituição de tarifas móveis, cujo valor oscilaria de acordo com a demanda por biocombustível.

Embora a prioridade sejam os Estados Unidos, Jank acredita que o primeiro escritório de representação seja aberto em Bruxelas. Isso porque o executivo irá à Bélgica na próxima semana acompanhando a comitiva do Ministério das Relações Exteriores para pôr em prática o projeto do ministro Celso Amorin de retomar as negociações com a Europa. O escritório asiático da Unica será em Tóquio.

Jank, que é engenheiro agrônomo e fundador do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), acredita que a sua experiência na negociação de contenciosos influiu na decisão dos associados da Unica em indicar o seu nome para a direção da entidade.

Ele não é um novato nessa área, segundo afirmou. Está envolvido com a atividade desde recém-formado, quando estagiou no Centro de Tecnologia Canavieira. O tema de sua tese de mestrado foi o regime açucareiro da União Européia (UE).

Além de cuidar da demanda para o setor sucroalcooleiro, está nos planos de Jank desenvolver a competitividade e a sustentabilidade dessa área de atividade. Questões ambientais e sociais merecem a atenção da entidade, acredita o novo presidente da Unica. Para ele, o potencial da cana-de-açúcar deve ser explorado em sua plenitude. A produção e a venda de energia produzida a partir do bagaço da cana é um exemplo. Segundo afirmou, a capacidade de fornecimento de energia elétrica das usinas da região Centro Sul é equivalente à produção de duas Itaipus.

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