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Unifrango quer lançar marca própria

Com potencial para abater 1,5 milhão de aves por dia, a cooperativa tem hoje a terceira maior capacidade instalada do setor


A Unifrango, cooperativa que reúne 14 abatedouros e 6 incubadoras de frango no Paraná, lança, até o final do primeiro semestre, sua marca própria no varejo. A idéia é vender inicialmente frango "in natura", mas a cooperativa já se prepara para produzir industrializados, segundo Pedro Henrique Oliveira, gerente executivo. Um abatedouro, de R$ 15 milhões e capacidade para abater 50 mil aves por dia, será construído para atender à produção de derivados.

Com potencial para abater 1,5 milhão de aves por dia, a cooperativa tem hoje a terceira maior capacidade instalada do setor, atrás apenas de Sadia e Perdigão. Os frigoríficos, no entanto, atuavam até agora com marcas independentes.

Com sede em Maringá, a Unifrango é formada principalmente por médios e pequenos abatedouros e reúne 20 das 29 empresas do setor no Paraná, maior produtor nacional de frangos.

Criada em 2001, a empresa funcionava até agora como uma central de compras de insumos e de venda de parte da produção dos frigoríficos. "Atuar com uma marca unificada sempre foi o objetivo desde a fundação da Unifrango", diz.

O principal desafio, segundo Oliveira, tem sido padronizar a produção entre as empresas. "Hoje temos empresas com escalas e níveis tecnológicos muito diferentes". A cooperativa contratou a Organização Não Governamental (ONG) Fundepec, de São Paulo, para fazer um trabalho de preparação entre os sócios e de criação de um selo de qualidade da marca Unifrango.

A idéia é que as marcas independentes fiquem restritas aos mercados regionais. "No longo prazo deveremos consolidar também um projeto estratégico para atuar na exportação". Atualmente oito dos 14 frigoríficos participantes tem atuação no mercado externo. "O Brasil se consolida cada vez mais como um exportador de peso no mercado internacional", disse.

Segundo dados do Sindicato dos Abatedouros e Empresas Avícolas do Paraná (Sindiavipar), somente o Paraná duplicou suas exportações de frango nos últimos dois anos. O estado fechou 2004 com crescimento de 51% na receita externa, com um total de US$ 683 milhões. Em volume, o aumento foi de 35,39%, para 681,6 mil toneladas. Os principais mercados no exterior em 2004 foram Japão, responsável por mais de 20% da demanda, seguido por Arábia Saudita, Holanda e Rússia, de um total de 132 destinos. Em janeiro, o ritmo se intensificou, com um crescimento de faturamento de 63,44%, para US$ 53,7 milhões, e de 64,58% em volume, para 52 mil toneladas.

No mercado interno, Oliveira aposta no crescimento do consumo per capita, hoje estimado em 36,5 quilos por habitante, embalado pela recuperação da renda da população. Oliveira também acredita que há um espaço de mercado deixado pelas grandes indústrias, que concentraram suas estratégias na ampliação de suas linhas de industrializados e nas vendas no exterior.

A Unifrango já está em negociações com distribuidores e redes de varejo para colocar a marca nas gôndolas, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Inicialmente, cada frigorífico vai receber diretamente a receita sobre sua venda e pagará uma comissão para a cooperativa. "A Unifrango só passará a ter um faturamento próprio a partir da implantação do novo abatedouro e do projeto de industrialização", disse o executivo.

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