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USDA mantém previsão para soja no Brasil


Sem grandes surpresas. Essa foi a tônica do relatório de abril do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Os números divulgados vieram em linha com a expectativa do mercado ou mostraram apenas ligeiras alterações sobre a projeção anterior.

Dos números apresentados, dois merecem destaque. A redução de 9,2% dos estoques americanos de soja, de 4,34 milhões para 3,94 milhões de toneladas, embora acentuada, veio dentro da expectativa do mercado. "É a menor relação entre estoque e consumo dos últimos dez anos", diz Antônio Sartori, corretor da Brasoja. Os estoques são suficientes para apenas 29 dias de consumo nos Estados Unidos.

As importações de soja da China foram revisadas de 16 milhões para 16,5 milhões de toneladas. Mais uma vez, o número não foi nenhuma surpresa para os operadores. "O USDA apenas sacramentou um número que o mercado vêm antecipando há muito tempo", diz Renato Sayeg, da Tetras Corretora. Em 2002, o país importou 10,38 milhões de toneladas.

Sayeg observa ainda que o USDA revisou para cima sua projeção de exportações americanas de 26,1 milhões para 27 milhões de toneladas. "Isso não significa aumento de demanda, mas substituição de origens", diz. É que o governo americano reduziu de 20,8 milhões para 20,5 milhões as exportações brasileiras, e de 9,7 milhões para 9,5 milhões as argentinas. "A redução das exportações do Brasil reflete os atrasos no porto de Paranaguá", diz Sayeg. Há menos de duas semanas correram rumores de que a China teria cancelado a importação de 200 mil toneladas de soja do Brasil em função da greve do porto.

As produções brasileira e argentina foram mantidas em 51 milhões e 35 milhões de toneladas, respectivamente. O consumo também ficou inalterado, em 30,84 milhões e 25,49 milhões.

Milho

O USDA reduziu sua projeção para as exportações americanas em 4,3%, de 44,45 milhões para 42,55 milhões de toneladas. A estimativa acabou decepcionando o mercado, que estava otimista com o projetado aumento no consumo norte-americano de 199,78 milhões, em março, para 201,56 milhões em abril. O aumento foi provocado pelo crescente uso do milho para ração e na produção de açúcar e de etanol.

O governo americano aumentou suas projeções para a produção, exportação e estoques finais brasileiros e reduziu os números de consumo. O Brasil deverá produzir 37,5 milhões de toneladas de milho, acima da projeção anterior, de 37 milhões de toneladas. As exportações foram revisadas de 2 milhões para 2,5 milhões de toneladas. O consumo interno foi reduzido de 35,70 milhões para 35,40 milhões de toneladas e os estoques finais foram aumentados em 19,5%, para 920 mil toneladas.

Algodão

A produção e as exportações brasileiras de algodão foram mantidas em, respectivamente, 3,7 milhões e 600 mil fardos. As importações, previstas em 800 mil fardos no mês de março, foram revisadas para 600 mil fardos no último relatório do USDA.

Trigo

Os números de produção e importação de trigo do Brasil foram mantidos em relação ao relatório divulgado no mês passado. O Brasil deverá produzir 2,94 milhões de toneladas e importar 7,2 milhões. O consumo é projetado em 10,14 milhões de toneladas e os estoques finais, em 900 mil toneladas. A Argentina, tradicional fornecedor para o Brasil, deverá produzir 12,50 milhões de toneladas e exportar 8,10 milhões, de acordo com o governo dos EUA.

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