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Usinas ainda não sabem a dimensão da turbulência

Para o presidente da Unica, Marcos Sawaya Jank, falta de crédito é real, mas existem dúvidas sobre o impacto da crise


Ainda não existem dados suficientes para avaliar o impacto da crise financeira internacional sobre o setor sucroalcooleiro brasileiro. A afirmação é do presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Sawaya Jank, que ontem proferiu palestra em Goiânia, durante evento comemorativo do Dia do Engenheiro Agrônomo, promovido pela associação da categoria.

Ele admitiu, entretanto, que pelo menos uma conseqüência da crise já é real para o setor: a falta de crédito - notada principalmente nas primeiras semanas da turbulência mundial, que levou pânico ao mercado financeiro.

“Embora o câmbio estivesse muito favorável para as nossas exportações, não pudemos aproveitar a oportunidade porque não havia crédito disponível e esses negócios não se realizam sem intermediação bancária”, diz o presidente da Única.

Fundamentos

Marcos Jank afirma que, embora ninguém esteja imune à crise, até porque ela surgiu no coração do sistema financeiro internacional - nos Estados Unidos -, pelo menos desta vez o Brasil não foi pego de surpresa.

“O País está com os fundamentos da sua economia em ordem e por isso mesmo deve ser um dos menos afetados pela crise, o que não significa que algumas empresas não possam ser seriamente afetadas”, comenta.

Para o presidente da Unica, a grande preocupação no setor sucroalcooleiro é com a atual falta de crédito para exportação e com uma eventual escassez de crédito para os investimentos. Ele acredita, entretanto, que os projetos em fase de implantação terão continuidade, mas admite que possa ocorrer um arrefecimento no fluxo de projetos para novas usinas. “Até porque os preços do açúcar e do álcool estão ruins há dois anos.”

Mercado

Segundo Marcos Jank, dos mais de 80 projetos previstos para serem implantados entre 2005 e 2012, ao custo de mais de US$ 33 bilhões, pelo menos 29 entraram em operação este ano. E ele adianta que nada faz prever uma crise de comercialização no setor sucroalcooleiro. Aliás, conforme o dirigente, tudo indica o contrário: cenários positivos .

O presidente da Unica argumenta que, no mercado interno, o consumo de etanol deve continuar impulsionado pelo aumento da frota de carros flex e, no mercado externo, a demanda por açúcar brasileiro deve aumentar com a quebra da safra indiana.

Além disso, segundo ele, há o reforço da cogeração de energia elétrica a partir do bagaço e da palha da cana-de-açúcar, uma produção agregada que se torna a cada dia mais interessante.

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