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Usinas de açúcar do Brasil reduzem dívida ao menor nível em 5 anos, diz Itaú BBA

Produtores de açúcar e etanol no Brasil reduziram as suas dívidas para o menor nível em cinco anos


Produtores de açúcar e etanol no Brasil reduziram as suas dívidas para o menor nível em cinco anos, como resultado de cortes profundos em custos e investimento quase nulo em capacidade de processamento de cana, disse o banco de investimentos Itaú BBA nesta terça-feira.

De acordo com os dados coletados pelo banco a partir de empresas que respondem por 80 por cento da capacidade de moagem de cana na região centro-sul do Brasil, as usinas fecharam a temporada 2017/18 com uma dívida média de 117 reais por tonelada de cana processada, ante 120 reais no ciclo anterior e o menor nível desde os 140 reais por tonelada registrados na safra 2013/14.

Nos piores momentos do setor, em 2014 e 2015, a dívida estava acima dos 130 reais por tonelada de cana esmagada, um nível insustentável para muitas companhias e que levou a dezenas de fechamentos no maior exportador de açúcar do mundo. “A redução da dívida veio principalmente via cortes de custo, particularmente a redução dos gastos nos canaviais”, disse Pedro Fernandes, diretor de Agronegócio do Itaú BBA.

Fernandes disse que as usinas aumentaram a eficiência das operações no campo, fazendo um melhor uso do maquinário e diminuindo a mão-de-obra.

Ele disse acreditar que as empresas da indústria estão indo em direção a um panorama mais favorável devido à melhora nos preços do açúcar e à alta demanda por etanol, que deve diminuir ainda mais a dívida e começar a dar condições para o retorno dos investimentos. “Nos últimos anos, o retorno dos investimentos no setor açucareiro do Brasil foi menor do que os custos do capital, então não havia muito interesse”, ele disse a repórteres nos bastidores da conferência internacional de açúcar e etanol da Datagro, em São Paulo.

A situação também atingiu as fusões e aquisições. Apenas poucos acordos foram reportados desde os anos de crescimento, antes de 2012. Apesar da melhora no panorama, Fernandes não vê uma volta dos investimentos em capacidade tão cedo, dizendo que as usinas devem optar pela melhora no uso da atual capacidade antes de qualquer expansão. “A capacidade ociosa ainda é significativa no setor, as usinas vão procurar reduzir isso”, disse.

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