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Usinas paulistas recebem o certificado “Etanol Verde”

Cerca de 95% das usinas situadas no estado conquistaram o certificado na safra 2011/12


Cerca de 95% das usinas de processamento de cana-de-açúcar situadas em São Paulo (SP) conquistaram na safra 2011/2012 o certificado “Etanol Verde,” emitido pela Secretaria do Meio Ambiente (SMA) do governo do estado. No total, 173 usinas receberam o certificado, um crescimento de 8,5% em relação ao ano safra 2010/2011.


Para o consultor de Responsabilidade Ambiental Corporativa da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Daniel Lobo, os números demonstram que o setor está cada vez mais comprometido com as diretrizes de sustentabilidade estabelecidas pelo Programa Etanol Verde. Lançado em 2007, o Programa foi idealizado para incentivar a produção sustentável de biocombustível a partir da cana-de-açúcar. “O Etanol Verde representa um sério compromisso das empresas do setor com o meio ambiente, englobando diversas ações importantes para a preservação de matas e de recursos naturais,” explica Lobo.

Um dos principais instrumentos do Programa é o chamado Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético, iniciativa assinada pelo Governo de São Paulo e a UNICA para promover a sustentabilidade na cadeia produtiva de açúcar, etanol e bioenergia. O Protocolo estabelece uma série de diretivas técnicas, como a recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APP), a adoção de melhores práticas para a utilização eficiente para os recursos hídricos e a antecipação dos prazos legais para o uso do fogo na colheita da cana-de-açúcar.

Por dentro do Protocolo

De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente, órgão responsável pelo Programa Etanol Verde, cerca de 90% das unidades produtivas paulistas aderiram voluntariamente ao Protocolo Agroambiental, o que corresponde a 80% de toda a cana-de-açúcar colhida no Estado. Em 2008, os fornecedores, representados por suas associações, também se comprometeram com o Protocolo. São cerca de 5.400 fornecedores, responsáveis por cerca de 22% da área de cana colhida no Estado.

Desde a assinatura do documento, segundo informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o percentual de área colhida sem o uso do fogo, ou seja, por meio da mecanização, evoluiu de 34,2% em 2007 para 65,2% em 2012. Os dados do INPE contemplam toda a cana-de-açúcar cultivada e colhida em São Paulo.


Com a evolução da mecanização, 2.890 colhedoras de cana já estão em operação no Estado, ação que demandou um esforço adicional do setor para a capacitação de mão-de-obra para os novos postos de trabalho. É nesse sentido que o Projeto RenovAção, iniciativa da UNICA em parceria com a Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp), requalificou, desde seu lançamento em fevereiro de 2010, mais de 4.550 trabalhadores, muitos provenientes do corte manual da cana. No mesmo período as associadas da UNICA formaram cerca de 16 mil trabalhadores, seguindo os moldes do RenovAção.

Considerando apenas os dados do Protocolo Agroambiental, a evolução da mecanização é ainda mais evidente. O percentual de cana colhida crua, sem uso de fogo, atingiu 81,3% das áreas de cultivo das usinas que aderiram ao Protocolo.

Vantagens do Etanol Verde

Segundo Maitê Sandoval, diretora do Centro de Desenvolvimento Tecnológico da SMA, a adesão ao Protocolo facilita o acesso do etanol ao mercado consumidor. “Países como a Suécia e grandes distribuidores de biocombustível no próprio Brasil utilizam a certificação do Etanol Verde para validar a qualidade ambiental da usina produtora,” explica Maitê. As unidades agroindustriais certificadas também contam com o apoio institucional da SMA. “Damos suporte técnico, de orientação sobre como proceder com a mecanização à compensação ambiental. Divulgamos também no site do Etanol Verde as ações promovidas pelas usinas,” afirma a diretora.

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