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Usineiros prevêem safra de cana 6,5% maior


Clima propício, com chuvas acima das médias, estimularam as lavouras, que deverão ter ganhos de produtividade. A região Centro-Sul do Brasil deve colher 288 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2003/04, volume 6,54% maior que a produção da safra passada, de 270,3 milhões de toneladas, conforme relatório divulgado pela União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica). As projeções são 2% maiores que as estimativas do mês de março, quando a Unica indicou produção de 282,3 milhões de toneladas para o período 2003/04.

O aumento resultará numa maior produção de açúcar, enquanto a produção de álcool será mantida nos mesmos patamares projetados em março, ou seja, 12,6 bilhões de litros na região Centro-Sul e 14 bilhões de litros no Brasil.

A principal característica desta safra, ou seja, o enfoque na produção de álcool, foi confirmada. "A estratégia de atuação desenhada para esta safra visa garantir a estabilidade dos preços do álcool e tem como meta a reconquista do mercado de carros à álcool do Brasil, principal mercado para os produtores de cana do País", afirma o presidente da Unica, Eduardo Pereira de Carvalho.

Entre as razões que provocaram a revisão dos números divulgados em março estão as boas condições climáticas, caracterizadas pelo registro de chuvas em bons volumes nos primeiros quatro meses do ano, que favoreceram o desenvolvimento dos canaviais. Para se ter idéia, as chuvas durante o mês de abril se situaram, em média, em 110 milímetros. No mesmo período de 2002 não houve registro de precipitações. Além disso, foram verificados ganhos de produtividade e crescimento da oferta de ATR (açúcar total recuperado) - ou seja, a quantidade de sacarose da cana-de-açúcar que pode ser utilizada industrialmente.

"Essa é a matéria-prima da produção de açúcar e álcool", diz Carvalho. A oferta de ATR na região Centro-Sul será de 41,47 milhões de toneladas, um aumento de 4,79% em relação à safra 2002/03 e de 2% em comparação às estimativas realizadas no mês de março.

Mais açúcar

O aumento da produção de cana, que somará 5,7 milhões de toneladas, será integralmente destinado à fabricação de açúcar, que crescerá 5,1% em relação às projeções de março para 18,1 milhões de toneladas. Se comparado ao volume da safra 2002/03, no entanto, a produção de açúcar será 3,6% menor. Com a revisão das projeções, a quebra da safra de açúcar cai dos 8,4% previstos em março para 3,6%. O mercado interno vai absorver 7,7 milhões de toneladas, volume 2,6% maior que o total da safra passada. Já as exportações estão estimadas em 10,3 milhões de toneladas, volume 7,2% menor que os embarques do ano passado, mas 1 milhão de toneladas a mais do que as projeções de março.

A produção de álcool será mantida em 12,6 bilhões de litros, 13% maior que o obtido na safra passada, de 11,2 bilhões de litros de álcool.

Com isso, o Brasil colherá no período 2003/04 um total de 338,9 milhões de toneladas de matéria-prima, volume 5,8% maior que a safra do ano passado. A produção de açúcar será de 21,69 milhões de toneladas, 3,9% menor que o período anterior, dividida entre mercado interno, que absorverá 9,3 milhões de toneladas, ou 2,2% a mais que o ano passado, e mercado externo, cujas vendas estão estimadas em 12,3 milhões de toneladas, 7,5% menor que os embarques de 2002. Já a produção de álcool, estimada em 14 bilhões, será destinada em grande volume ao mercado interno, ou 12,8 bilhões de litros, com um pequeno volume a ser exportado, ou 700 mil litros.

Preços internos

O acordo assinado no início do ano entre o setor sulcroalcoloeiro e o governo para aumentar a produção de álcool em 1,5 bilhão de litros derrubou os preços pagos ao produtor, que caíram 41,14% no álcool anidro e 33,84 no álcool hidratado entre janeiro e junho.

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