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Uso de inoculantes na silagem traz resultados na pecuária

A utilização pode auxiliar a fermentação anaeróbica no início da ensilagem


Foto: Divulgação

A ensilagem é uma das práticas mais antigas para conservar e armazenar alimento para o gado em tempos de seca ou escassez de forrageiras.  As silagens podem ser obtidas através da adição de ácido ao material a ser conservado ou através da fermentação de ingredientes com umidade suficiente para que ocorra a ação bacteriana nesse material. A ausência de oxigênio é de suma importância para a ocorrência do processo, permitindo o desenvolvimento de populações bacterianas desejáveis e produção de ácidos orgânicos.

Trata-se de uma boa opção nutricional, além de baratear os custos de produção tanto no gado de leite como de corte. Como estratégia para a melhor qualidade e evitar problemas o produtor pode fazer uso de inoculantes na silagem. Os especialistas em Pesquisa e Desenvolvimento da Nutricorp, Gabriel Porcel Zylberlicht e Osvaldo de Sousa, dão as dicas.

Segundo eles o estabelecimento de um balanço entre o padrão de fermentação e controle da microbiota é primordial. Outro ponto importante que afeta a qualidade do material ensilado é a abertura do silo. É imprescindível que o material em contato com o oxigênio seja capaz de minimizar o crescimento de microrganismos indesejáveis (leveduras) pelo maior período de tempo possível.

Podem ser usados inoculantes a base de cepas bacterianas homofermentativas, heterofermentativas facultativas, heterofermentativas obrigatórias e uma combinação das cepas. “Desta maneira, a utilização de inoculantes poderia auxiliar e/ou melhorar a fermentação anaeróbica no início da ensilagem, assim como garantir uma maior estabilidade aeróbica do material após abertura do silo”, destacam os especialistas.

Os mais tradicionais e comuns inoculantes bacterianos para silagem são a base de bactérias homofermentativas. “A utilização dessa classe de inoculante, além melhorar o padrão fermentativo da silagem, beneficiou parâmetros produtivos em ruminantes, como o consumo de massa seca, ganho de peso diário e eficiência alimentar. Em bovinos leiteiros, houve um aumento na produção de leite (+ 0,37 kg/dia) e tendência de aumento no consumo de massa seca”, explicam.

Em contraste à classe anterior, as espécies heterofermentativas obrigatórias produzem outros componentes a partir da glicose. Em relação ao desempenho animal, seu benefício está principalmente atrelado às melhorias na estabilidade aeróbica do material ensilado e consequente redução na deterioração da silagem que será ofertada para o rebanho, melhorando assim os padrões de digestibilidade. Bovinos de corte consumindo silagens de forrageiras tratadas L. buchneri apresentaram um maior consumo de massa seca e ganho de peso.  Em bovinos leiteiros houve aumento na produção de leite, sem um consequente aumento no consumo de massa seca, demonstrando uma melhoria na eficiência de produção de animais recebendo silagens de alfafa tratadas com esse tipo de bactéria. 

Já a utilização da combinação de inoculantes foi capaz de reduzir o pH, aumentar a estabilidade aeróbica e reduzir a contagem de leveduras no material ensilado. “Os mecanismos pelos quais a combinação das cepas beneficia o desempenho animal ainda estão sendo estudados, mas pode envolver uma melhoria na digestibilidade da fibra”, completam os especialistas.
 

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