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Vaga de investimentos antecede primeira visita ao Brasil do Presidente da China

Visita terá inicio 13 de Julho



Uma vaga de grandes investimentos chineses antecede a muito aguardada primeira visita ao Brasil do Presidente da China, Xi Jinping, que deverá selar importantes compromissos ao nível dos dois governos.

Os cinco dias no Brasil terão início a 13 de Julho, quando Xi Jinping deverá assistir à final do Campeonato do Mundo de Futebol, no Rio de Janeiro, ao lado da presidente brasileira Dilma Rousseff, mas o ponto alto será a visita de Estado e a cimeira dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Fortaleza, dias 17 e 18, de acordo com informações avançadas pela imprensa brasileira.

Em Brasília, no dia 17, serão assinados compromissos políticos de investir na melhoria da logística brasileira de escoamento de soja e de minérios para o exterior e de usar os seus fundos soberanos para apoiar a presença das suas empresas no País, escreve o Estado de São Paulo.

O governo chinês quer garantir a participação das suas empresas em projectos portuários e ferroviários que serão lançados a concurso no país e, em especial, naqueles que fazem parte do projecto de integração sul-americana e que permitirão o escoamento de minérios e de produtos agrícolas aos portos do Norte (próximos do Canal do Panamá) e países vizinhos do Pacífico.

A participação nestes projectos de infra-estruturas permite também facilitar exportações de produtos chineses para a região.

Por outro lado, a China mostra-se disponível para instalar no Brasil novas agências de desenvolvimento, com recursos de fundos soberanos, reforçando a actuação do Banco de Desenvolvimento da China no financiamento de empresas de média dimensão e de estatais provinciais, envolvendo também o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social brasileiro.

O ministro de Negócios Exteriores da China, Wang Yi, afirmou em Abril, após reunião com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, que a visita oficial de Xi Jinping será “um novo marco” na história do relacionamento entre os dois países, 40 anos depois da abertura de relações diplomáticas.

A China, o Brasil e a Comunidade de Estados Latino-Americanos (Celac) vão fazer uma reunião de líderes e, nesse encontro, vão declarar o estabelecimento de um fórum China-Celac e espera-se que da cimeira dos BRICS saia a criação do banco de desenvolvimento do agrupamento.

Em Brasília, Wang Yi manifestou a intenção de desenvolver um plano estratégico regional conjunto e um fundo de investimentos para o desenvolvimento da região, salientando que dos mais de 90 mil milhões de dólares de investimentos chineses no exterior em 2013, apenas 16,5 mil milhões foram aplicados na América Latina e nas Caraíbas.

Entre os principais investimentos, destaca-se o do grupo chinês BBCA Group, na ordem de 320 milhões de dólares, numa fábrica de processamento de milho, sobretudo para exportação, mas os mais visíveis têm sido nas fábricas de automóveis que já são habituais nas estradas brasileiras.

Nos primeiros quatro meses do ano, o Brasil realizou trocas comerciais com a China no valor de 25 921 milhões de dólares (mais 12,69%), ou 63% do total, sendo que daquele montante 10 620 milhões de dólares representam vendas chinesas e os restantes 15 291 milhões de dólares vendas brasileiras.

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