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Vale deve implantar usina de potássio em 2016

Licença de instalação foi entregue nesta segunda à Companhia


Licença de instalação foi entregue nesta segunda à Companhia

O governador Marcelo Déda entregou no final da manhã desta segunda-feira, 19, a entrega da licença ambiental concedida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente à Companhia Vale do Rio Doce, dando permissão à companhia para instalar a Usina de Beneficiamento na perspectiva de duplicar a produção de potássio em solo sergipano.

“A melhor maneira de ajudar o Brasil é explorar o potássio de Sergipe”, sinalizou o governador ao analisar a dependência do país quanto à produção de fertilizantes. “Se o Brasil quer diminuir a nossa dependência do fertilizante do estrangeiro, vai precisar fazer o investimento no Estado de Sergipe porque não há, neste momento, outro Estado que possa oferecer a produção de potássio que precisamos”, considerou Déda.

Cerca de 90% da demanda do país em se tratando de fertilizantes são importados, segundo dados da Companhia Vale do Rio Doce. Os 10% do potássio, que é um dos componentes do fertilizante, produzido no país estão restritos a Sergipe, por meio do projeto Taquari Vassouras, que deverá ser mantido, conforme informou o gerente do projeto Carnalita da Vale, Juri Abbatantuono.

A licença de instalação foi entregue pelo governador ao gerente Juri Abbatantuono. Ele informou que a expectativa é que a usina entre em operação no ano de 2016. “Esta usina tem grande importância estratégia para o país para reduzir a dependência exterior porque o Brasil depende de cerca de 90% de importação de potássio”, revelou.

Serão investimentos na ordem de US$ 4 bilhões de dólares para viabilizar a exploração das reservas de carnalita e a manutenção da produção de potássio. “Com este empreendimento, esperamos adensar a cadeia produtiva de fertilizantes, atrair novos investimentos nesta área e viabilizar a geração de mais emprego para o povo sergipano”, considerou o governador.

A licença ambiental prevê a instalação da usina em área com 2,2 mil m2 , localizada no povoado Terra Dura, município distante 52 km de Aracaju. A licença de instalação é válida por cinco anos, mas poderá ser renovada caso, neste período, a Vale deixe de instalá-la, desde que haja solicitação para renovação, formalizada em um prazo de cerca de três meses antes do encerramento do prazo, conforme explica o secretário de Estado do Meio Ambiente, Genival Nunes.

A Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) passou cerca de um ano e seis meses analisando todas as 36 condicionantes relativas à licença de instalação de acordo com o projeto apresentado pela Vale do Rio Doce.
São positivas as expectativas em relação aos impactos do empreendimento sobre a economia sergipana. “O potássio produzido em Rosário do Catete somado à uréia, que é produzida pela Fafen em Pedra Branca, município de Riachuelo, formam dois dos três componentes do principal composto de fertilizantes, que é o NPK – nitrogênio, fosfato e potássio. Sergipe produz nitrogênio e potássio e importa apenas o fosfato e, graças a isso, temos sete fábricas de fertilizantes instaladas no Estado”, considerou o governador.

Pendências

O governador Marcelo Déda informa que há 4 anos, ainda na gestão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vem discutindo com o Governo Federal a viabilidade de instalação desta unidade de beneficiamento. “É um projeto de relevância estratégica para o Brasil”, comentou o governador.

Marcelo Déda informou que Sergipe é o único Estado brasileiro que dispõe de potássio. “A outra alternativa para exploração de potássio, na Amazônia, é muito complicada”, disse. “Portanto, é Sergipe o único Estado que pode aumentar a produção de potássio, neste momento, e ajudar o Brasil a importar menos”, considerou.

Apesar de alinhados, o governador Marcelo Déda reconhece que há pendências que fogem da articulação de governo. “Há alguns detalhes de ordem empresarial que nem eu nem a presidente Dilma podemos entrar”, considerou o governador, citando as negociações entre a Vale e a Petrobras quanto aos valores das jazidas. “É uma operação entre duas empresas e não pode um governante interferir no detalhe de quanto vale o ativo da Petrobras”, conceituou. “É um assunto que só os executivos da Vale e da Petrobras podem definir, mas no campo da política não nos cansamos de insistir. Não é uma bandeira só de Sergipe: o projeto carnalita é importantíssimo para o Estado de Sergipe, mas é indispensável ao Brasil”, considerou.

Além das pendências relacionadas às questões econômicas que estão em discussão entre a Vale e a Petrobras, o governador Marcelo Déda cita questões relacionadas a conflito de lavras, em áreas onde há a carnalita e petróleo, necessitando de solução técnica que viabilize a exploração dos dois minérios. Mas o clima é de otimismo, na expectativa que a usine entre em operação no ano de 2016 com o propósito de duplicar a produção de potássio no Estado de Sergipe.

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