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Vale estuda oferta de US$ 25 bi pela fabricante de fertilizantes Mosaic

Empresa, controlada pela americana Cargill, também desperta o interesse da anglo-australiana BHP Billiton


Depois de gastar US$ 850 milhões este ano com a compra de ativos de potássio - matéria-prima para a fabricação de fertilizantes - na Argentina e Canadá, a Vale continua mirando o setor. Segundo fontes de mercado, a mineradora brasileira se prepara para entrar na briga pela Mosaic, empresa controlada pela Cargill e pela IMC Global, duas líderes no segmento de agronegócio.

O negócio é avaliado em cerca de US$ 25 bilhões, cifra que embute um prêmio de controle sobre o atual valor de mercado da companhia, de quase US$ 20 bilhões, pelas ações listadas na Bolsa de Valores de Nova York. Também estaria no páreo a principal concorrente da Vale, a mineradora anglo-australiana BHP Billiton, a primeira no ranking mundial.

Com sede em Minnesota, nos Estados Unidos, a Mosaic é a maior produtora de fosfato e uma das maiores produtoras mundiais de potássio. Empresa de capital aberto, a Mosaic surgiu de uma união entre a Cargill Fertilizantes e a IMC Global. A empresa tem unidades de produção nos Estados americanos da Flórida, Louisiana, Michigan e Novo México, além de quatro minas de potássio no Canadá.

Em 2008, o grupo de fertilizantes - que atua em mais de 40 países - contabilizou uma receita líquida superior a US$ 9,8 bilhões, com US$ 11,8 bilhões em ativos investidos. Em sua página na internet, a companhia informa que detém ainda importantes participações acionárias em fabricantes de fosfato no Brasil e na China.

INTERESSE

Desde ano passado, a Vale vem sinalizando o interesse de entrar mais pesado no segmento de produção de fertilizantes. A mineradora até chegou a analisar a compra da Cibrafértil, uma das quatro divisões do grupo Paranapanema.

O presidente da mineradora, Roger Agnelli, já destacou que o foco no setor tem como pano de fundo o crescimento da demanda mundial por alimentos, que vai exigir uma produção maior de minerais usados na indústria de fertilizantes, como potássio e fosfato.

A Mosaic, para a qual a mineradora volta agora suas atenções, possui no Brasil 62% do controle da Fospar, empresa produtora de fertilizantes e que possui também operações portuárias, com terminal em Paranaguá, no Paraná; 45% da Indústria de Fertilizantes de Cubatão (IFC), que opera serviços de mistura e distribuição de fertilizantes; e 19,92% de participação direta e indireta na Fosfertil, maior produtora nacional de matérias-primas fosfatadas e nitrogenadas.

No Brasil, a Vale já explora potássio na mina de Taquari-Vasssouras, em Sergipe. No exterior, a companhia desenvolve um projeto de produção de fosfato em Bayóvar, no norte do Peru. A mina peruana, cuja concessão foi adquirida pela mineradora brasileira em leilão em 2005, vai produzir 3,9 milhões de toneladas anuais de fosfato, e tem previsão de entrar em operação no primeiro semestre de 2010. Os investimentos são estimados em US$ 479 milhões.

A Vale possui ainda os dois depósitos comprados este ano da Rio Tinto e que também estão em fase de maturação. O ativo na Argentina fica localizado em Neuquém, na Argentina, e prevê, além da mina, a construção de um ramal ferroviário de 350 quilômetros, um porto e uma usina de geração de energia. O depósito no Canadá está localizado na província de Saskatchewan.

Procurada, a Vale não se pronunciou sobre o assunto. Já a Cargill do Brasil informou que essa questão seria de responsabilidade da matriz nos Estados Unidos.

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