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Venda de insumos caiu 85% em São Gabriel do Oeste (MS)

A retração na atividade causa prejuízos em cascata que atingem os produtores


A crise enfrentada pelos agricultores de São Gabriel do Oeste, a 130 quilômetros de Campo Grande (MS), derrubou em até 85% as vendas das concessionárias de maquinário agrícola e das lojas de defensivos agrícolas instaladas na região. Em um município que se desenvolveu a partir da vocação para o cultivo da soja, a retração na atividade causa prejuízos em cascata que atingem, primeiramente, os produtores e, em seguida, o comércio, os prestadores de serviços, a população e, por fim, toda a economia local.

Gilberto Mosena, diretor comercial da empresa Mosena – instalada desde 1979 em São Gabriel do Oeste, com matriz em Campo Grande, e concessionária da linha de maquinário Massey Ferguson na região – confirma que as vendas na unidade de São Gabriel do Oeste caíram até 85% nos últimos dois anos, em relação a anos anteriores, devido à crise que forçou a redução nos investimentos dos sojicultores. "Em mais de 25 anos, nunca havíamos enfrentado tamanha crise como a dos últimos dois anos", comentou.

Mosena explicou que a empresa, que chegou a empregar quase 40 funcionários, foi obrigada a demitir trabalhadores para conseguir se manter enquanto as vendas foram reduzidas a apenas 15%, se comparadas com as realizadas em anos considerados bons para o cultivo da soja, como exemplo, de 2001 a 2003, quando a saca da soja chegou a ser cotada acima de R$ 50,00. Hoje, a unidade da Mosena em São Gabriel do Oeste emprega 16 funcionários, ou seja, a empresa reduziu o quadro de trabalhadores em 60% para enfrentar a crise.

"A redução nas nossas vendas foi terrível. A movimentação que ainda temos é fruto dos trabalhos de assistência técnica e da venda de peças ou, em casos isolados, da comercialização de tratores, por exemplo, para pecuaristas que estão um pouco mais capitalizados", disse o diretor comercial da empresa.

Nos anos anteriores a 2004, a Mosena em São Gabriel do Oeste revendia, em média, 30 colheitadeiras por safra e, em alguns períodos de bom movimento chegou a comercializar até 48 tratores em um único ano. A partir de 2005, as vendas praticamente foram zeradas. O diretor conta que no ano passado vendeu apenas uma colheitadeira e três tratores. Neste ano, a Mosena no município vendeu apenas dois tratores e amarga a estatística de não ter comercializado colheitadeiras. "A assistência técnica é o que está fazendo a diferença. Os serviços de pós-venda estão garantindo a receita, ainda que reduzida, da empresa", explicou Gilberto.

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