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Venda de máquinas agrícolas deve cair em 2005


A venda nacional de tratores e colheitadeiras deve continuar a cair em 2005. A estimativa da Associação Nacional dos Veículos Automotores (Anfavea) é que a queda chegue a 10,5%, o que corresponde a 3.700 unidades a menos do que o negociado no ano passado. O mercado interno absorve, em média, 60% do que as montadoras produzem.

A queda no preço da soja, o carro-chefe do agronegócio brasileiro, é o motivo apontado pelos empresários para explicar a projeção. "Os agricultores terão uma receita menor. Os preços das commodities estão bem abaixo do pico que tivemos no primeiro trimestre [de 2004]", diz Pérsio Pastre, coordenador da área de máquinas agrícolas automotrizes da Anfavea.

A redução aguardada será a terceira consecutiva. Em 2004, o mercado nacional vendeu 37.781 unidades. Foram 214 máquinas a menos do que em 2003, período que também registrou queda em relação a 2002, o melhor da década, quando saíram das concessionárias 42.500 equipamentos, entre tratores e colheitadeiras.

Pastre, da Anfavea, afirma não ver motivos para preocupações. Segundo ele, numa comparação com o desempenho registrado na segunda metade dos anos 90, o crescimento médio do mercado nacional entre 2000 e 2004 foi de 50% ao ano. Já com as exportações, os números foram 250% maiores.

O programa do governo federal para renovar a frota de colheitadeiras e tratores foi o responsável por essa virada. Batizado de Moderfrota e instituído pela primeira vez em 2000, o programa cobra juro prefixado, com parcelas fixas, o que permite ao produtor planejar seu futuro sem riscos.

A Anfavea entende que as sucessivas quedas estão sendo registradas sobre números expressivos, obtidos por causa do Moderfrota. "Ainda estamos num bom patamar", afirma Pastre, que diz ser cedo para antecipar mudanças nos investimentos das fábricas ou na mão-de-obra, que registrou números positivos, diante do cenário de queda nas vendas. O setor, que tinha 11.600 empregados em 2003, terminou o ano passado com 13.200 trabalhadores.

Investimentos:

A aposta é que o mercado volte a crescer no ano que vem. Com esse pensamento, a norte-americana John Deere, uma das principais montadoras do país, com sede na cidade gaúcha de Horizontina, anunciou que em junho de 2006 começa a operar nova fábrica no também município gaúcho de Montenegro. O investimento na planta industrial é de US$ 250 milhões, com o emprego direto de 500 pessoas.

"Isso é melhor do que qualquer discurso sobre otimismo", afirma Amílcar Centena, gerente de Planejamento de Mercado da John Deere.

Centena diz que o fato de os números estarem numa descendente desde 2003 faz parte do comportamento natural do agronegócio. "São ciclos normais, e a queda não é nada para se assustar".

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