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Venda de semente de milho sobe 10%

Se depender das compras de sementes, o Brasil vai colher, sim, a maior safra de milho dos últimos anos


Se depender das compras de sementes, o Brasil vai colher, sim, a maior safra de milho dos últimos anos. O mercado de sementes para a safrinha está aquecido em todo o País. A previsão da Associação Paulista de Produtores de Sementes e Mudas (APPS) é de que sejam comercializadas 40 mil toneladas de sementes, 11% mais que o realizado em 2006. Além das vendas maiores, também estão antecipadas. O movimento de compra começou 45 dias antes do tradicional - o plantio da safrinha começa agora em fevereiro.

A expectativa de analistas de mercado é que a área de milho na segunda safra seja até 15% maior que a da temporada anterior. Acredita-se que o País poderá produzir até 13 milhões de toneladas do grão - 30% mais que no ano passado. "O resultado da melhora de preço virá na safrinha", diz Leonardo Sologuren, analista da Céleres.

Em alguns estados, empresas de sementes vêm registrando altas mais que o dobro de vendas, como é o caso da Pioneer em Mato Grosso. O gerente de Negócios da multinacional, Rodrigo Leão, afirma que a comercialização no estado aumentou 170%. "Vendemos o equivalente ao plantio de 350 mil hectares. No ano passador foram sementes para 130 mil hectares", afirma o executivo. Alguns híbridos, de maior potencial produtivo, estão em falta no estado. "Tivemos uma demanda não atendida de três tipos de híbridos da ordem de 40% to total vendido até agora", estima Leão.

Nacionalmente, a Pioneer espera vender 45% mais sementes de milho nesta safrinha, conforme Carlos Werlang, diretor comercial da empresa. "O que houve foi uma antecipação da compra nesta época, de cerca de um mês e meio. Assim, no mesmo período do ano passado, não tínhamos vendido nem metade do que saiu até agora", contabiliza.

O secretário-executivo da APPS, Cássio Camargo, descarta a possibilidade de falta de produto no mercado. O que pode haver, segundo ele, é escassez de alguns híbridos específicos, de uma empresa ou outra. "Trata-se de produtos com substitutos de mesmo padrão tecnológico", garante Camargo. Há no mercado brasileiro 350 tipos de híbridos de milho, que juntos representam 97% mercado.

Na semana passada, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estimou uma safrinha 8,1% maior - de 10,6 milhões de toneladas. "Mas pode ser muito mais se o clima ajudar", diz Carlos Cogo, da Cogo Consultoria Agroeconômica. . Segundo ele, em alguns estados, como no Paraná, poderá haver competição de área de milho com trigo. De acordo com a estatal, o estado é o maior produtor do milho segunda safra no País, com 3,39 milhões de toneladas.

Diante deste quadro, os analistas de mercado já falam em uma safra de milho recorde, que poderia chegar a 47 milhões de toneladas, abrindo espaço para as exportações. No ano passado, o País comercializou com o exterior 4 milhões de toneladas, impulsionadas por subsídio governamental - a estimativa inicial era de 1 milhão de toneladas. Agora, a tendência é que o volume chegue a 7 milhões de toneladas. "O mundo vai precisar do Brasil para se abastecer", acredita Cogo. Segundo ele, tudo o que a safrinha agregar em relação à colheita passada tende a ser exportado. "Assim, os preços devem ficar sustentados no primeiro semestre", avalia.

Segundo Leonardo Sologuren, da Céleres, será a primeira vez que a colheita começa com liquidez no mercado. Segundo ele, se todo o excedente de safrinha for escoado, a estimativa é que os preços fiquem firmes todo o ano.

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