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Venezuela importa tratores da New Holland


A New Holland (empresa da holding CNH Global) cresceu em 770% as exportações para a Venezuela, o que já representa 60% da exportação para a América Latina, tanto em receita quanto em unidades. Foram 400 tratores (ante os 42 do último exercício) e 50 colheitadeiras (33 a mais do que o ano passado), embarcadas ao longo do ano, incrementando o faturamento em US$ 15 milhões.

De acordo com Sergio Plaut, diretor de Negócios da New Holland para a Região Norte da América Latina, a Venezuela sempre foi um mercado importante -o principal mercado dos tratores brasileiros são os EUA (38%), seguido de Venezuela (13,5%) e Chile (7%)-- com um potencial reprimido estimado em torno de 20 mil tratores.

Porém, segundo o executivo, o que faltava era uma política de incentivo que possibilitasse ao País renovar suas máquinas agrícolas. O estimulo veio com a abertura de uma linha de crédito de US$ 80 milhões, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para financiar a compra de máquinas agrícolas fabricadas no Brasil.

O acordo comercial, implantando no início do ano, foi realizado entre os governos venezuelano e brasileiro. Idealizado especificamente para atender os estados de Guarico e Barinas, principais produtores de milho e sorgo. O objetivo é dar condições para a renovação da frota da região que é antiga, com produtores pouco habituados ao uso de equipamentos agrícolas, o que resulta num nível de desenvolvimento tecnológico da agricultura local, muito abaixo do considerado ideal para o País.

O programa foi idealizado pela trading brasileira IAT e dirigido pelo governo venezuelano. A intenção é permitir que os agricultores das duas regiões tenham acesso aos equipamentos. ´O importante é que estamos fornecendo máquinas de última geração que são utilizados por todos os países do mundo onde atuamos´, ressalta Plaut.

O atraso do País em relação ao uso de equipamentos modernos, fez com que a New Holland enfatizasse o suporte técnico, o objetivo é o acompanhamento permanente dos clientes na fase de adaptação aos novos equipamentos. ´Não nos restringimos a exportação de máquinas. A cada embarque que fizemos realizamos treinamento de mecânicos e operadores. Além da preocupação de disponibilizar ao distribuidor autorizado peças para reposição´, explica o diretor.

Para ele, ainda é cedo para que se possa determinar o impacto tecnológico do programa sobre a agricultura dos dois estados, porque as máquinas estão começando o trabalho no campo. ´Mas imagino que, em pouco tempo, será possível notar diferenças, ao se comparar dados de produção de antes e depois de seu início´, afirma.

A expectativa agora é repetir a quantidade de máquinas exportadas para a Venezuela no próximo exercício. Plaut afirma que existe a possibilidade de que o programa se estenda para outros Estados da Venezuela, servindo inclusive, de modelo para acordos similares em outros países da região.

Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram que no acumulado de janeiro a novembro deste ano, a New Holland exportou 1.220 unidades de tratores, ante as 592 registradas no ano anterior. No mesmo período foram exportadas 157 colheitadeiras, quantidade menor do que as 317 unidades do último ano. O motivo foi a grande demanda do mercado interno que registrou a comercialização de 2079 unidades, ante as 1476, do último ano.

Cynthia Calderon - Curitiba/PR

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