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Vinícola Salton lança Desejo e mantém o projeto de qualidade

A vinícola lança um Merlot de alto padrão, elaborado com uvas da safra 2004 e 100% importadas da Argentina, França e África do Sul


Se cresce a preferência do consumidor brasileiro por vinhos importados, principalmente do Chile, por que não beber um brasileiro com características típicas do Pais Andino? Este foi um dos motivos que inspirou a Vinícola Salton, de Bento Gonçalves, na serra gaúcha, a colocar no mercado o Salton Desejo, um Merlot de alto padrão, elaborado com uvas da safra 2004 e 100% importadas da Argentina, França e África do Sul.

Outra razão é que, ao lado do Salton Talento, um corte de Cabernet Sauvignon (60%) com Merlot (30%) e Tannat (10%), a vinícola dá continuidade ao processo de migração para vinhos top de linha, buscando, com isso, atrair uma nova fatia de consumidores.

Lançando na última sexta-feira (01-12) para um grupo seleto de convidados, o Desejo impressiona por sua coloração roxa violácea intensa, quase negra; na boca, o carvalho se destaca de forma moderada; o que sobressai é a complexidade de aromas de baunilha, coco, tabaco e pimentas secas, além de uma longevidade muito grande. "O Merlot poderia ser uma outra bandeira do Brasil", defende o enólogo da Salton, Lucindo Copat, que não esquece outra vocação do Brasil: o espumante, segmento, aliás, em que a Salton é líder (37% de participação do mercado, conforme a própria empresa).

Foram engarrafadas apenas 19,8 mil unidades, as quais permaneceram por um ano em barricas de carvalho francesas (50%) e americanas (50%), revelando a potencialidade dos seus taninos, além de ficar mais um ano amadurecendo na garrafa. "Há uma diferença entre o francês e o americano. O crescimento do carvalho europeu é mais lento. Já o carvalho do Missouri é mais rápido e, por isso dá os aromas de coco. No francês se destaca o chocolate", explica o enólogo. "Este vinho se parece um pouco com os chilenos", salienta o diretor comercial, Daniel Salton.Deixando a modéstia de lado por alguns instantes, Copat não poupa elogios ao produto, dizendo que o Salton Desejo pode estar entre os melhores Merlot do mundo. "Este vinho representa um trabalho de dedicação muito grande com os nossos produtores. Eles estavam acostumados colher de 25 mil a 30 mil quilos por hectare, e nós exigimos o máximo 13 mil kg/ha para garantir qualidade", afirma Copat, acrescentando que nos vinhedos próprios da Salton foram colhidos só 8 kg/ha.

Um dos sinais de que a vinícola aposta no segmento de vinhos de alto padrão está no Programa de Qualidade que vem executando nos últimos três anos juntamente com os produtores e em parceria com a Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves. De um cartel de 1.050 fornecedores, a Salton conta hoje com 550.

"Nós chamamos todos eles e dissemos: estamos no mesmo barco; se não tivermos uva boa, morremos juntos", conta o diretor Antonio Salton. A meta agora é conscientizar sobre o sistema de condução das parreiras, utilizando um modelo que proporcione maior insolação, com maior teor de açúcar.

As uvas Merlot usada na elaboração do Desejo pertencem a vinhedos situados nas localidades de Santa Lúcia e Tuiuty, ambas em Bento Gonçalves, e São Valentin do Sul (região de terras vermelhas). "Para colher a uva o produtor precisa receber a ordem da Salton. Isso é feito com cada um deles", explica Lucindo Copat.

A vinícola de capital 100% nacional tem capacidade para estocagem de 20 milhões de litros. Nesse ano, produziu 2,2 milhões de litros de espumantes, 2,5 milhões de vinhos finos e 8,5 milhões de vinhos de mesa e sucos de uva. Deve fechar o ano com faturamento de R$ 150 milhões, R$ 12 milhões a mais em relação ao ano passado. As exportações são pequenas: US$ 200 mil nesse ano, ante US$ 40 mil em 2005.

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