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Viticultores de SP planejam safra para esta época

Poda antecipada em agosto resulta em uvas agora


Para aproveitar o crescimento da demanda nesta época do ano, o produtor de uva niagara Waldir Parise, de Jarinu (SP), antecipa cerca de 15 dias a poda de brotação. Com isso, inicia a colheita em meados de dezembro. O pico da safra é janeiro. "As podas são feitas no início de julho, um pouco antes do tradicional. Com isso, consigo aproveitar as festas de fim de ano", diz. Mas ele alerta: "Só não pode antecipar muito porque corre-se o risco de perder a produção se houver geada na brotação, em agosto."

Segundo ele, 80% da produção de uva é negociada em dezembro, e de 40% a 50% do volume é entregue às vésperas do ano-novo. Por isso, Parise conta que é preciso fazer também um esquema especial de logística para escoar toda a produção. "É impossível mandar tudo à Ceagesp", diz. Para clientes como as grandes redes de supermercados, neste mês o produtor faz a entrega direto, sem passar pelo entreposto. "Neste mês, posso colher toda fruta madura que estiver no ponto de colheita. Vendo tudo." Além dos 7 hectares de uva, Parise também produz cerca de 15 hectares de pêssego e mais 20 de ameixa.

Demanda

O economista da Ceagesp, Flávio Godas, diz que só de uva niagara passam pelo entreposto cerca de 800 mil caixas (de 6 quilos) durante o mês de dezembro. Durante o ano, são negociadas em torno de 2,5 milhões de caixas da fruta. "Esta variedade é a que apresenta maior concentração em dezembro e os produtores preparam-se para colocar o máximo da safra este mês, em função da maior procura", explica Godas.

Outro produtor de uva niagara em Jarinu, José Ademir Soranz, diz que também antecipa a poda de brotação em alguns dias para conseguir iniciar a colheita no início de dezembro. "Temos de torcer para não dar geada forte em agosto", diz. Como o tempo ajudou, Soranz comemora a boa produção deste ano: foram cerca de 20 toneladas de uva por hectare. "Metade da produção comercializo nestas duas últimas semanas do ano."

O preço também ajuda, garante. Na semana passada, ele conta que negociou a uva por R$ 7 a caixa (de 5 quilos). Mas a expectativa para esta semana é a de que a caixa chegue a R$ 10. "Já em janeiro, deve voltar aos patamares normais da safra, em torno de R$ 5 a caixa."

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