CI

Volta da chuva favorece a produção de hortaliças em Santa Cruz e região

Precipitações recentes amenizaram os problemas causados pela longa estiagem


Foto: Marcel Oliveira

Após a longa estiagem, a regularização das chuvas e as condições meteorológicas favoráveis das últimas semanas trouxeram alento aos produtores de hortaliças e folhosas de Santa Cruz do Sul e região. A produção de culturas como alface, couve, repolho, temperos, couve-flor, brócolis e outras voltou à normalidade. A melhora recente das condições climáticas também possibilitou aos produtores o início do plantio de alho e cebola.

O assistente técnico do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar, Vivairo Zago, explicou que as precipitações registradas ainda em maio possibilitaram uma boa evolução no plantio. “As primeiras chuvas de baixo volume, aliadas às temperaturas favoráveis e à boa incidência de radiação solar possibilitaram que as plantas se desenvolvessem com qualidade. O cenário é de recuperação em muitos cultivos”, afirmou.

O sistema de irrigação de muitos horticultores também foi decisivo para garantir um percentual menor de perdas. “Muitos conseguiram garantir os produtos e manter a qualidade”, disse. Já os plantios em áreas maiores, sem irrigação, foram os mais prejudicados. Na região do Vale do Rio Pardo, segundo o assistente técnico, houve prejuízos de 50% nas lavouras de milho, 30% na batata-doce e 30% no aipim, dependendo do manejo do solo.

Zago afirmou, porém, que as perdas não devem provocar desabastecimento desses produtos devido à grande quantidade de área plantada, suficiente para atender tanto o mercado local quanto outras regiões. O preço dos produtos para os consumidores também deve se manter.

Feirantes estão otimistas com o fim do longo período de seca

Embora as perdas provocadas pela estiagem sejam significativas, os horticultores da feira do Parque Oktoberfest estão otimistas com as condições climáticas e a qualidade dos produtos. É o caso da feirante Patricia Nichterwitz, de Linha João Alves. Após prejuízos em diversas culturas, ela comemora o momento atual da produção. “Foi um ano bastante complicado devido à estiagem, mas estamos nos recuperando e a qualidade das plantas está muito boa”, disse.

Patricia conta que diversas foram as alternativas utilizadas na propriedade para driblar a seca. “Temos sistema de irrigação e a água é captada de dois açudes que, por sorte, se mantiveram com um volume bom de água. Além disso, usamos cobertura de sombrite para diminuir a radiação solar e também palha seca na proteção do solo”, afirmou. As perdas maiores foram na plantação de milho e amendoim, que antes eram destinados à comercialização e, agora, servirão apenas para o consumo próprio.

O produtor Décio José Beckencamp, de Linha Travessa, também afirmou que a volta das chuvas garantiu a qualidade dos produtos e a recuperação do volume de água dos reservatórios. “A temperatura está boa, do jeito que as verduras gostam. Recuperamos o nível de água dos açudes e já estamos refazendo o plantio de mudas de cenoura, beterraba e outras hortaliças”, disse o feirante.

Segundo Beckencamp, perdas irreversíveis, de cerca de 50%, foram registradas nas culturas de aipim. “Uma raiz de aipim que deveria produzir quatro quilos, produziu, no máximo, um quilo. Mesmo com as chuvas, não se recupera mais”, comentou.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.