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Volume de matrizes de corte alojadas em 2018 foi inferior ao de 10 anos antes

Alojamento de matrizes de corte no ano passado ajuda a explicar o porquê da firmeza de mercado que vem sendo observada em 2019


Se não decifra totalmente, o alojamento de matrizes de corte no ano passado ajuda a explicar o porquê da firmeza de mercado que vem sendo observada em 2019 nos vários segmentos componentes da indústria do frango: após três anos de estabilidade na casa dos 50 milhões de cabeças, em 2018 o volume de matrizes alojadas retrocedeu 3,5%, caindo para pouco mais de 48,4 milhões de cabeças.

O resultado consta do Relatório Anual divulgado pela Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA e mostra que o alojamento do ano que passou correspondeu ao menor volume do último quadriênio.

O retrocesso, porém, é muitíssimo maior do que se pode imaginar. Pois, ao comparar-se o alojamento dos últimos 10 anos (2009 a 2018) com aquele de idêntico período anterior (1999 a 2008), constata-se – com grande surpresa! – que o alojamento mais recente foi menor, também, que o registrado uma década atrás, em 2008. Pois então alojaram-se no País cerca de 48,6 milhões de matrizes de corte, volume quase meio por cento superior ao do ano passado.

À primeira vista a diferença é pequena. Mas levando em conta que nesse espaço de tempo as exportações e o consumo per capita de carne de frango, bem como a população brasileira cresceram acima de 10%, fica mais clara a estagnação no plantel vital para a produção de carne de frango.

É verdade que nesse mesmo espaço de tempo também foram registrados grandes avanços na produtividade das linhagens criadas no País. Mesmo assim é certo que, pela primeira vez nesta última década, o setor vem operando a plena capacidade, sem ociosidade no plantel multiplicador e, eventualmente, sem condições de atender adequadamente a demanda adicional projetada frente à crise sanitária externa. 

Também vale comparar, aqui, as diferenças na evolução desse alojamento nestas duas últimas décadas: nos 10 anos encerrados em 2008, o volume alojado quase que dobrou (25,1 milhões de cabeças em 1998; 48,6 milhões de cabeças em 2008; com um crescimento anual praticamente contínuo). Já o resultado alcançado no ano corresponde a um recuo em relação a 2008 e a altos e baixos também praticamente contínuos.

Não custa lembrar, por fim, que no último ano de crescimento do alojamento de matrizes de corte (2008) eclodiu a crise econômica global. Ou seja, seus desdobramentos continuam fazendo estragos até hoje.

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