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Volume de soja exportado cresce 11% no PR

Balança comercial do agronegócio fechou positiva


Com maior volume exportado - mas preços internacionais menos competitivos - o agronegócio brasileiro e paranaense continua fazendo bons negócios no mercado externo. O número total exportado em outubro no País foi de US$ 7,78 bilhões, uma leve retração frente aos US$ 7,95 bilhões do ano passado (-2,1%). As importações, por sua vez, tiveram uma retração de 26,9%, diminuindo de US$ 1,44 bilhão para US$ 1,05 bilhão. Com isso, a balança comercial do setor fechou positiva em US$ 6,73 bilhões no País.
No acumulado do ano, de janeiro a outubro, as exportações totalizaram US$ 74,73 bilhões, representando queda de 10,9% em relação ao mesmo período do ano passado. As importações, por sua vez, somaram US$ 11,18 bilhões – 20,8% inferiores a 2014. Como resultado, o saldo da balança do setor foi superavitário em US$ 63,5 bilhões. Os números foram divulgados ontem pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
O levantamento também aponta que a participação do agronegócio no total das exportações brasileiras passou de 43,3% em outubro de 2014 para 48,5% no mês passado. Os cinco principais produtos, neste contexto, foram o complexo soja (US$ 1,63 bilhão), carnes (US$ 1,22 bilhão), cereais, farinhas e preparações (US$ 979,1 milhões), produtos florestais (US$ 969,2 milhões) e complexo sucroalcooleiro (US$ 863,3 milhões). A exportação desses grupos contribuíram com 73% do montante total. Quem, de fato, teve crescimento no período foi o complexo soja: salto de US$ 983 milhões para US$ 1,61 bilhão, alta de 65,4%. Esse resultado ocorreu em função do expressivo incremento do volume exportado (104,2%).
No Paraná, os números oficiais fechados pelo MDIC saem na próxima semana, mas a Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura (Seab), compilaram alguns itens disponibilizados pela Mapa para a reportagem da FOLHA. O total do agronegócio foi US$ 9,6 bilhões entre janeiro e outubro, queda de 8,5% frente aos US$ 10,5 bilhões do ano passado.
O volume de soja (grão) exportado, por exemplo, saltou de 6,5 milhões de toneladas no acumulado de 2014 para 7,3 milhões de toneladas, alta de 11%. Por outro lado, o montante financeiro caiu de US$ 3,3 bilhões para US$ 2,8, queda de 15%. No caso do milho, o salto foi de 2,41 milhões de toneladas para 2,46 milhões de toneladas, elevação de 2%. Já os valores retraíram de US$ 455,1 milhões para US$ 418,5 milhões (-8%). Já a carne de frango respondeu positivamente tanto em volume como em valores. De 1,05 milhão de toneladas para 1,22 milhão de toneladas (+16%), no período, e US$ 1,93 bilhão para US$ 1,98 bilhão.
A economista do Departamento Técnico e Econômico (DTE) da Faep, Tânia Moreira, explica que os volumes exportados dos produtos brasileiros aumentaram, de forma geral, porque eles estão mais competitivos no exterior, já que o real está desvalorizado frente ao dólar, o que aquece as transações. "Os compradores, por exemplo, preferem o produto brasileiro frente ao americano. Deveremos ter em todo o País um recorde das exportações de milho, algo em torno de 32 milhões de toneladas. Por outro lado, os preços internacionais estão em queda para diversas commodities, o que faz com que o volume financeiro diminua". No levantamento da economista, o recuo do preço médio da soja no mercado internacional foi de 23% em 12 meses e, no caso do milho, a retração foi de 10%.
O técnico do Deral, Marcelo Garrido, salienta que este ano a safra paranaense de soja foi 15% maior, mas está menos valorizada no mercado externo. "Temos o produto disponível, com preços menos interessantes, mas que estão sendo compensados pela valorização do dólar frente ao real. No ano passado, os preços eram mais atraentes no mercado internacional, mas o real estava um pouco mais forte, o que fez com que o volume enviado fosse menor".

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