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Workshop apresenta as principais inovações do mercado de lácteos

Evento promovido pelo Silemg e o Polo do Leite debate a importância da qualidade na produção de laticínios


Evento promovido pelo Silemg e o Polo do Leite debate a importância da qualidade na produção de laticínios

Na última quinta-feira (15/12), representantes das indústrias de laticínios de Minas Gerais se encontraram no auditório da Fiemg para o I Workshop sobre Inovação Tecnológica em Leites e Derivados, promovido pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais (Silemg) e o Polo de Excelência de Leite e Derivados. O evento teve como ponto central de debate a implementação do Sistema Mineiro de Qualidade do Leite (SMQL), projeto do Polo de Excelência, que está sendo adotado por empresas do setor em todo Estado.


Sob a ótica dos padrões estabelecidos pela Instrução Normativa 51, o consultor do programa, Abel Fernandes, apresentou um panorama do SMQL, que já atendeu 68 indústrias mineiras e espera encerrar sua primeira edição com um total de 100 assistidas. Durante sua apresentação, Fernandes enfatizou a importância da conscientização e envolvimento de toda cadeia produtiva na busca pela adequação a IN51. “Não há matéria prima de baixa qualidade que faça um produto de qualidade”, garante o consultor que defende o acesso ao programa em laticínios de todos os tamanhos, devido à sua simplicidade. “A implementação da parte inicial do Sistema Mineiro de Qualidade do Leite passa basicamente por duas etapas: a aula teórica, onde os produtores são sensibilizados e apresentados as técnicas corretas de retirada, higienização e armazenamento do leite, e a aula de campo, em que os produtores com a orientação dos responsáveis pela capacitação no programa, colocam em prática os processos aprendidos durante o curso”.

Comemorando um ano, o projeto piloto que deu início ao Sistema Mineiro de Qualidade do Leite, com encerramento previsto para dezembro de 2011, ampliou sua possibilidade de implementação para junho do próximo ano. Com bons resultados, o programa estimulou a avaliação de novos projetos voltados para a qualidade da produção. “O primeiro passo do SMQL impulsionou a busca pela qualidade no setor e alcançou dados expressivos. Por isso, a extensão desse programa começa a ser avaliada por outros órgão como a Sectes, que estuda sua ampliação para outras regiões do Estado, e a Emater, que tem trabalhado na elaboração de um projeto de formação de MDO especializada”, afirma Abel Fernandes, que destaca a existência de 32 vagas para os interessados em aderir o projeto.

A eficiência da fase inicial do SMQL foi comprovada nas explanações dos representantes de empresas que o adotaram. Apesar das diferenças de porte e segmento, dentro da produção de laticínios e derivados, as cinco empresas que apresentaram dados sobre a implementação do sistema tiveram alguns pontos em comum, destacando a melhoria da qualidade do leite com a adoção das práticas indicadas e a utilização do Cinturão de Qualidade, que foi apontado como a vedete das tecnologias de produção do leite. Segundo Athaíde Silva, representante da Dairy Partness Americas (DPA), o Cinturão foi criado a partir da observação do trabalho dos produtores de leite com o Kit de Ordenha Manual Embrapa, que contém 14 itens. “No dia-a-dia percebemos que os produtores tinham algumas dificuldades em manusear, durante a retirada do leite, todos os itens do Kit fornecido e eles mesmos foram improvisando novas soluções que reunimos nesse Cinturão”, afirma Silva, que destaca a substituição de sete instrumentos pelo Cinturão, trazendo mais agilidade e praticidade ao trabalho. Segundo Bernardo Bahia, diretor do Laticínios MB, outra vantagem competitiva desta ferramenta é o preço, que gira em torno de R$ 100, ao ano, para cada 100 mil litros produzidos.

Outro ponto relevante durante a apresentação dos cases foi a utilização de uma política de bonificação sobre o leite de qualidade. As opiniões das indústrias se divergiram nesse momento e cada uma, a seu modo, defendia uma política de estímulos. O SMQL gerido na Laticínios MB adota uma política de estímulo, em que os produtores com leite dentro dos padrões da IN51 recebem um abono pela qualidade e os que desrespeitarem as normas são penalizados. “Essa medida tem funcionado bem com nossos produtores, mas contamos com o entrave da concorrência, que muitas vezes paga mais por uma matéria prima de baixa qualidade”, afirma Bahia que acredita na necessidade da implantação conjunta dessas medidas para garantir a qualidade e a segurança alimentar dos produtos. Esta dificuldade identificada pela indústria é a principal responsável pela reavaliação da medida de incentivo.


O representante do Laticínios Yema, Luciano Campos, defendeu a importância de conscientizar o produtor sobre as vantagens competitivas na produção de qualidade, “O produtor precisa compreender que uma matéria prima de qualidade aumentará suas oportunidades de negócio e o tornará assediado pelo mercado”. Segundo Paulo Gribel, vice-presidente do Silemg e diretor da Laticínios São Vicente, a qualidade do leite é fundamental para a produção de um queijo especial, por isso, tem buscado novas soluções para o aprimoramento da matéria prima. “Há dois anos adoto a política de remuneração por qualidade”, garante Gribel, que recentemente visitou indústrias na Europa para buscar novas soluções para a produção de qualidade.

Além da troca de experiências com os produtores que deram início à implementação do Sistema Mineiro de Qualidade do Leite, os convidados puderam conhecer algumas tecnologias que estão sendo desenvolvidas para o setor, entre elas os equipamentos já comercializados pela Tex Tech e os projetos desenvolvidos pela equipe de Mestrado Profissional em Ciência e Tecnologia do Leite e Derivados, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). ”No Brasil há pouco investimento em tecnologias para os laticínios e uma grande diversidade de porte nas empresas desse setor. Por isso, identificamos nessa escassez a oportunidade de desenvolver novas soluções que estejam ao alcance de todas as indústrias e garantam a qualidade para o consumidor final”, garante Wesley Nascimento, doutorando em física pela UFJF.

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