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ZARC para cultivo da mandioca no Amapá será atualizado

Método indica os períodos favoráveis para plantio/semeadura por cultura e por município


Foto: Divulgação

A Embrapa Amapá realizou mais uma etapa da atualização do calendário adequado para plantio de mandioca no estado do Amapá, durante reunião técnica na manhã desta terça-feira, 15/2. Técnicos de extensão rural contribuíram para ajustar o Zoneamento de Risco Climático (Zarc), uma espécie de mapa de orientação aos produtores e demais interessados, que será homologado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Entre os participantes estavam pesquisadores, analistas e técnicos da Embrapa; o técnico do escritório central do Instituto de Desenvolvimento Rural (Rurap), Caio Fregni; o extensionista Wesley Resplande, do escritório do Rurap de Santana; Tânia Brito e equipe do  Núcleo de Defesa Vegetal da Diagro; Dalberto Morais, chefe do Rurap de Laranjal do Jari; professor Felipe Brener Bezerra de Oliveira, do IFAP campus Porto Grande, com a equipe técnica do Departamento de Práticas Agrícolas e Zootécnicas – DEPAZ; a professora Alana Carine Sobrinho Soares, da Ueap Campus Território dos Lagos, coordenadora do Curso de Engenharia Agronômica; e o engenheiro agrônomo do Basa, Jefferson Coutinho, entre outros agentes que colaboram com o desenvolvimento da agropecuária do estado.    

O evento ocorreu em formato híbrido (videoconferência e presencial) e contou com o pesquisador doutor Maurício Antônio Coelho Filho, da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas/Bahia), que conduziu os procedimentos para ajustes. O método Zarc indica os períodos favoráveis para plantio/semeadura por cultura e por município, levando em conta as características do clima, o tipo de solo e ciclo de cultivares. É útil para o produtor evitar que adversidades climáticas coincidam com as fases sensíveis das culturas e reduza perdas agrícolas.

Consulta aos produtores e extensionistas

De acordo com o coordenador do Zarc na Embrapa Amapá, pesquisador Nagib Melém, a partir da simulação de ajustes feita junto com os participantes da reunião técnica, utilizando o software Micura, os dados atualizados serão enviados a produtores e técnicos de extensão rural para a etapa de validação final. “Antes desta reunião, a Embrapa fez uma consulta a este público para verificar principalmente o período indicado por eles para plantio de mandioca, em cada município do Amapá. Na etapa atual, juntaremos as informações de retorno da pesquisa com os ajustes acordados na reunião desta terça-feira, e devolveremos para a validação final e posterior envio para a coordenação nacional do Zarc a fim de encaminhar ao Ministério da Agricultura para homologação da atualização do Zoneamento de Risco Climático (Zarc) para o cultivo de mandioca no Amapá.

Como parte da programação, vários participantes enfatizaram a importância do método Zarc para dar maior segurança à atividade de cultivo da mandioca no Amapá. O chefe-geral da Embrapa Amapá, Antonio Claudio Almeida de Carvalho, destacou que a mandiocultura é “uma das principais atividades do pequeno produtor, e agora entrando no foco empresarial, e que possui importância econômico-social no Amapá”. Ele acrescentou que o Zarc também é referência para o agricultor obter benefícios do Programa de Garantia de Atividade Agropecuária (Proagro) e para o Seguro Rural. O secretário Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), Janer Gazel, esteve na reunião técnica e ressaltou o longo histórico de contribuição da Embrapa para esta orientação aos produtores, ao recordar que ainda no início da década de 80 equipes da Embrapa Amapá já atuavam no trabalho de zoneamento de época de plantio e adubação para várias culturas agrícolas.  

O deputado estadual Jesus Pontes, também presente na reunião técnica, afirmou que o aprimoramento no cultivo de mandioca no Amapá faz parte dos investimentos do governo estadual, por meio do Programa de Produção Integrada (PPI). “Temos grande potencial no estado todo, e pensando especialmente nas diferenciações dos microclimas das várias regiões em todo o estado, sabemos que é importante a definição dos períodos adequados a fim de dar mais garantia e segurança aos produtores.

Multiplicação de maniva-semente

Durante a reunião do Zarc, foi agregada a participação do produtor Benedito Dutra, que integra a coordenação da Rede Reniva no estado do Pará e um dos maiores maniveiros do Brasil. A Rede Reniva é um sistema brasileiro de multiplicação e transferência de maniva-semente de mandioca com garantia de sanidade e qualidade genética, criado na Embrapa Mandioca e Fruticultura. Benedito Dutra discorreu o histórico de implementação da Rede Reniva no Pará, pontuando os desafios, avanços e oportunidades abraçados por ele e a equipe da Embrapa Amazônia Oriental (Pará). Ele recordou que a atividade embrionária iniciou em 2005, por iniciativa do pesquisador Manoel Cravo (in memoriam). Dando um salto no tempo, em 2017 já ocorria planejamento de atividades entre as equipes das duas unidades da Embrapa. “Fizemos ajustes para trabalharmos de forma conjunta sempre. No caso do Pará, aglutinamos o apoio do Senar, da Emater, do Mapa, da Secretaria Estadual de Agricultura”.

A Rede Reniva tem como benefícios viabilizar cultivares livres de doenças e pragas, disponibilizar manivas de plantas de mandioca para multiplicação em larga escala, validar genótipos de mandioca em diversos ambientes, e resgatar variedades tradicionais de mandioca. Uma planta madura de mandioca gera cerca de dez manivas-sementes e, com as técnicas de multiplicação do Reniva, esse número poderá chegar a 400 mudas. Em novembro de 2021 a Embrapa Amapá e Sebrae Amapá realizaram um workshop reunindo diversos especialistas e técnicos visando definir as diretrizes de um projeto para implementar a Rede Reniva no âmbito do estado do Amapá.

* Com informações da Embrapa
 

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