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SC completa 13 anos sem vacinação de febre aftosa

Estado foi o primeiro do país a alcançar o status, agora outros estados também estão em busca


Foto: Divulgação

No dia 25 de maio de 2007, o estado de Santa Catarina recebeu o certificado da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e desde então se mantém como referência em saúde animal e defesa agropecuária. Como resultado do status sanitário os catarinenses se tornaram os maiores produtores de suínos do Brasil, o segundo maior produtor de aves e o quarto maior produtor de leite – com acesso aos mercados mais exigentes e competitivos do mundo.

Em busca do mesmo título estão estados dos grupos 1, 2, 3 e 4 conforme calendário definido pelo  Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), que pretende a retirada da vacinação até maio de 2021 nesses grupos. O trabalho mais avançado é realizado pelo Paraná que não vacina mais desde outubro e pelo Rio Grande do Sul, que encerrou a última campanha de vacinação em abril. Acre, Rondônia, parte de Mato Grosso e Amazonas. 
 
A certificação da OIE é o maior status sanitário que um estado ou país pode alcançar e demonstra ao mundo, principalmente aos mercados internacionais, que cumpre todos os requisitos técnicos e que consegue comprovar a saúde de seu rebanho. A febre aftosa é uma das doenças com maior risco sanitário e econômico, por isso alguns países só compram carnes de áreas livres da doença sem vacinação, onde comprovadamente não existe a circulação do vírus e, consequentemente, o controle sanitário é maior.

Para o secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural em exercício de Santa Catarina, Ricardo Miotto, ressaltou que a conquista do Estado colocou a economia catarinense em destaque e permitindo acessar mercados mais nobres de proteína. "É importante ressaltar que tudo isso foi construído desde a década de 60, envolvendo todo o setor, desde produtores, iniciativa privada, técnicos e Governo do Estado. Esse reconhecimento traz também muita responsabilidade e contamos com o apoio de todos os catarinenses para que cumpram seu papel de zelar pela sanidade animal de Santa Catarina", destaca.

No estado um dos fatores que fez a diferença para manter o status  foi um sistema robusto de defesa e vigilância sanitária, com fiscalização que monitora todas as fases da produção. “Esse sistema foi estruturado arduamente e exigiu sacrifícios, investimentos, estudos e pesquisas da sociedade, tornando-se, portanto, um patrimônio dos catarinenses, dos produtores rurais e das agroindústrias", destaca o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo.

A doença

A febre aftosa foi registrada pela primeira vez no Brasil em 1870. A última ocorrência de febre aftosa no Brasil foi em 2006, no Paraná e em Mato Grosso do Sul, na região de fronteira com o Paraguai. Em Santa Catarina o último foco oi em 1993, há 27 anos.
 
Santa Catarina se tornasse o maior exportador de carne suína e o segundo maior exportador de carne de frango do país, alcançando os mercados mais exigentes do mundo. Uma conquista que devemos a toda equipe técnica da Cidasc, ao setor produtivo, ao Governo do Estado e, principalmente, ao produtor rural".
 
Oportunidades econômicas

A partir de 2007, Santa Catarina se consolidou como o maior produtor e exportador de carne suína do Brasil. Em 2006, um ano antes da certificação internacional, Santa Catarina exportava 184 mil toneladas de carne suína, faturando US$ 310 milhões. Em 2019, esse número saltou para 461,6 mil toneladas e trouxe US$ 867,5 milhões para o estado, um aumento de mais de 150% na quantidade e de 179% na arrecadação.
 
Com o reconhecimento da OIE, Santa Catarina teve acesso a grandes compradores de carnes como China, Hong Kong, Estados Unidos e Coreia do Sul. Hoje, as carnes suína e de frango produzidas no estado são vendidas em mais de 150 países.
 
Manutenção do status sanitário
 

Para manter o status sanitário diferenciado, os esforços são imensos. A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) mantém 63 barreiras sanitárias fixas nas divisas com Paraná, Rio Grande do Sul e Argentina que controlam a entrada e a saída de animais e produtos agropecuários. Além do controle do trânsito de animais e produtos de origem animal nas fronteiras, em Santa Catarina todos os bovinos e bubalinos são identificados e rastreados.
 
Em Santa Catarina não é permitida a entrada de bovinos provenientes de outros estados. Para que os produtores tragam ovinos, caprinos e suínos criados fora de Santa Catarina é necessário que os animais passem por quarentena tanto na origem quanto no destino e que façam testes para a febre aftosa, exceto quando destinados a abatedouros sob inspeção para abate imediato.
 
O Governo do Estado mantém ainda um sistema permanente de vigilância para demonstrar a ausência do vírus de febre aftosa em Santa Catarina. Continuamente, a Cidasc realiza inspeções clínicas nos rebanhos, além de dispor de uma estrutura de alerta para a investigação de qualquer suspeita que venha a ser notificada pelos produtores ou por qualquer cidadão. A iniciativa privada também é uma grande parceira nesse processo, por meio do Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (Icasa).
 

* com informações da assessoria de imprensa
 

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