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Boas práticas e inovação podem dobrar rendimento de mandioca no NE

A Embrapa apresentou resultados de colheita de variedades de mandioca


Foto: Marcel Oliveira

A Embrapa, em parceria com o Sebrae-AL, Emater-AL e as Secretarias Municipais de Agricultura de Junqueiro e Teotônio Vilela apresentou, na quinta (19), resultados de colheita de variedades de mandioca amplamente adotadas por produtores do Agreste Alagoano.

Em uma Unidade Demonstrativa (UD) instalada em junho de 2019 no bairro Gerais, em Teotônio Vilela, os pesquisadores da Embrapa Tabuleiros Costeiros Antonio Santiago e Lizz Kezzy de Moraes apresentaram os resultados de colheita após mais de 12 meses de cultivo combinando variedades usadas por produtores locais e o uso de práticas inovadoras para a região.

Os objetivos principais das pesquisas são testar e validar duas variedades de uso amplamente difundido na região – Caravela e Pretinha – e empregar no plantio delas algumas inovações e boas práticas desenvolvidas pela pesquisa junto com produtores, como o adensamento (diminuição do espaçamento nas entrelinhas e entre plantas de 1 m para 80 cm) e a aplicação com dosagem mais precisa de dois herbicidas registrados para controle de ervas daninhas já na fase de pré-emergência das plantas. 

Em agosto deste ano, Santiago já havia antecipado, ao lado do secretário da Agricultura de Teotônio Vilela José Araújo, os resultados preliminares de pesquisas conduzidas na UD, com as plantas demonstrado desenvolvimento e vigor surpreendentes, mesmo diante de chuvas insuficientes e irregulares no início do ciclo. 

Com a visita técnica no momento da colheita, os assistentes técnicos, consultores e produtores convidados puderam ver de perto como a aplicação de boas práticas pode ser capaz de elevar a produtividade das próprias cultivares largamente usadas por produtores locais. 

Os participantes tiveram acesso, ainda, ao boletim de pesquisa ‘Tolerância de variedades de mandioca a herbicidas aplicados em pré-emergência’, recém publicado por Santiago e outros coautores.

Resultados surpreendentes

De acordo com Santiago, os resultados das medições de produtividade após a colheita do experimento são surpreendentes para os padrões da região, além da aplicação precoce e bem medida dos herbicidas ter impedido a nova proliferação de mato entre as plantas.

A pesagem da parcela cultivada com a variedade Pretinha rendeu 22 toneladas por hectare, enquanto a Caravelas atingiu 25 ton/ha, números superiores até aos da Região Sul, que detém a maior média de produtividade do país (certa de 21 ton/ha), e mais que o dobro do Nordeste, com médias em torno de 9 a 10 ton/ha – a mais baixas do país, de acordo com dados do IBGE analisados pela Embrapa. 

“A redução de custos de insumos e tratos culturais com a aplicação precoce e bem dosado de herbicidas é um fator importante que os produtores devem incluir na conta, além de contribuir para a redução de danos ambientais e à saúde dos consumidores por uso indiscriminado dessas substâncias. O uso dessa técnica, combinado com o maior adensamento, evitou a necessidade de capinas mecânicas/manuais e novas aplicações de herbicidas, pois a sombra fechada gerada pela parte aérea das plantas bem desenvolvidas impediu o crescimento do mato dentro da parcela”, destacou Santiago.

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