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Sementes crioulas são tema de palestra em Alagoas

Pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros Amaury Santos realizou palestra sobre sementes crioulas na manhã da quarta-feira


O pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros Amaury Santos realizou palestra sobre sementes crioulas na manhã da quarta-feira (29) na Unidade de Execução de Pesquisa de Rio Largo (UEP), em Alagoas. Amaury falou para um auditório completamente lotado de professores e alunos do Campus de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), onde se localiza a Unidade, além de colegas da UEP e técnicos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (Semarh-AL).

De acordo com a coordenadora da UEP, Walane Ivo, a palestra atendeu a uma demanda da reitora da UFAL, Valeria Costa, que, na ocasião da assinatura do acordo de pós-graduação entre a instituição de ensino e a Embrapa, colocou que tinha interesse no tema das sementes crioulas. “Ela solicitou que trouxéssemos nossa experiência sobre o tema para interagir com o pessoal do Campus. E o pesquisador Amaury, por sua longa experiência em pesquisas com sementes crioulas no Nordeste, é a pessoa mais indicada”, explicou Walane.

Sementes crioulas

Há muitos anos Amaury vem realizando pesquisas e coordenando projetos que contribuem para a conservação de sementes crioulas. Por denominação, as sementes crioulas são variedades desenvolvidas, adaptadas ou produzidas por agricultores familiares, assentados da reforma agrária, quilombolas ou indígenas, com características bem determinadas e reconhecidas pelas respectivas comunidades. Passadas de geração em geração, são preservadas nos muitos bancos de sementes que existem no Brasil.

Santos coordenou o projeto de pesquisa da Embrapa com foco no resgate das sementes crioulas nas regiões da Borborema e do Cariri, no Semiárido da Paraíba. Nessas localidades, agricultores familiares usam as sementes crioulas, conhecidas como ‘sementes da paixão', para formarem suas lavouras. Além de garantirem alternativas de renda e segurança alimentar às famílias de pequenos agricultores na região, as sementes asseguram a diversidade genética, são resistentes à seca e representam um patrimônio da agricultura local.

Os resultados revelaram que muitas cultivares oriundas das sementes da paixão tiveram rendimento igual ou superior às sementes comerciais ou aquelas fornecidas por políticas públicas. "Isso mostra que o produtor conhece a sua terra, sua lavoura e sabe que cada semente "vinga" e desenvolve melhor em um determinado solo e em um determinado clima", acredita Santos. Com o auxílio da Articulação do Semiárido na Paraíba, da Conab e da Embrapa, tiveram início ações para fortalecimento de bancos comunitários de sementes que estão garantindo a conservação e o estoque das muitas variedades de sementes crioulas.

A pesquisa e a criação de bancos de sementes comunitárias vêm contribuindo para o fortalecimento da agricultura familiar em transição agroecológica e a lista de guardiões apaixonados por suas sementes cresce pelo Nordeste. Hoje há cerca de três mil famílias beneficiadas, e com o apoio da ASA Paraíba foram criados centenas de bancos de sementes em todo o Estado. Para saber mais sobre as pesquisas com sementes da paixão, assista à edição do programa Dia de Campo na TV sobre o tema.

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