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Pará terá programa de melhoramento genético de búfalos

Programa vai abranger as regiões do Marajó, Baixo Amazonas, Nordeste e Sudeste Paraense


Embrapa Amazônia Oriental e Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) firmaram, na terça-feira (03), convênio para alavancar a bubalinocultura paraense com a implantação do Programa de Melhoramento Genético de Búfalos com Inovação para o Estado do Pará, o Promebull. É pioneiro no estado e o maior do Brasil. O programa vai abranger as regiões do Marajó, Baixo Amazonas, Nordeste e Sudeste Paraense.

A cerimônia de assinatura do convênio, realizada esta manhã na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), contou com representantes do poder público e do segmento produtivo da bubalinocultura paraense. O secretário Giovanni Queiroz (Sedap) destacou o ineditismo do Promebull para a região e afirmou que a assinatura do convênio é vital para o sucesso do programa. “A secretaria e a Embrapa já vêm trabalhando na região do Marajó e agora ampliam essa atuação para todo o estado”, complementa o secretário-adjunto Afif Jawabri.

O Pará possui a maior população de búfalos do Brasil, com 1,32 milhão de cabeças, o que representa 37,4% do rebanho nacional. A maior parte, cerca de 450 mil cabeças, está concentrada na Ilha do Marajó, principalmente nos municípios de Chaves e Soure, segundo dados do IBGE.

O chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, Adriano Venturieri, destacou que apesar de o estado ter o maior rebanho bubalino do Brasil, é preciso avançar em qualidade, “queremos ter o maior e o melhor rebanho do país”, ressalta.  Do total do rebanho bubalino marajoara apenas pouco mais de cinco mil são destinados à pecuária leiteira. A média de produção de leite é de quatro quilos de leite/dia por animal, com o programa espera-se chegar a 10 quilos/dia.

Tecnologia para a bubalinocultura paraense

A implantação do Promebull no Pará está apoiada em uma base tecnológica sólida, fruto da pesquisa agropecuária na região. O pesquisador Ribamar Marques, da Embrapa Amazônia Oriental, explicou que o programa vai atuar em quatro grandes linhas: boas práticas de manejo animal, manejo alimentar e nutricional, manejo sanitário e melhoramento genético. As ações serão realizadas em áreas de produtores previamente selecionados nas quatro regiões de abrangência do programa.  

Entre os aspectos inovadores, destacam-se as ações de melhoramento genético, que envolvem a disseminação de material genético de linhagens brasileiras e a importação de sêmen e embriões de linhagens estrangeiras, de países que possuem a base genética dos búfalos, como a Índia (raça Murrah, Nili Ravi e Jafarabadi) e Itália (raça Mediterrâneo ou Italian Buffaloes). Após a seleção de animais de qualidade superior nos rebanhos paraenses, serão utilizadas biotécnicas de inseminação artificial em tempo fixo (IAFT) e fertilização in vitro (FIV) para garantir uma linhagem de animais melhorados geneticamente.

O Promebull já tem ações na região do Marajó, onde foram realizadas, em 2017, 200 inseminações com sêmens de animais selecionados em fêmeas de 22 propriedades da região. O veterinário Tomaz Maia, responsável pelo trabalho, explica que os animais inseminados foram identificados com chips e as gestações são acompanhadas pela equipe técnica. “Apesar da diversidade de condições nas propriedades, tivemos cerca de 50% de sucesso nas inseminações”, relata.

“Com os resultados do programa, o Pará terá a primeira linhagem de búfalos geneticamente superiores garantidos com teste de progênie”, afirma o pesquisador Ribamar Marques. Isso significa um salto de qualidade no rebanho paraense. Esse teste afere qualidade aos animais, e é um dos métodos mais precisos para se avaliar o real potencial de um animal para produção de leite.

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