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Extrativistas participam de oficina de boas práticas em extração de óleo de andiroba

Programação constou de atividade prática no laboratório de sementes da Embrapa Amapá, em Macapá (AP)


Um grupo de extrativistas da Cooperativa dos Produtos da Amazônia, com sede no Assentamento Pancada do Camaipi, município de Mazagão, sul do Amapá, participou da oficina “Boas práticas para a exploração de óleo de andiroba com qualidade: extração artesanal e extração usando prensa hidráulica” ministrada na manhã do último dia 11/04 pela pesquisadora engenheira agrônoma Ana Cláudia Lira Guedes, auxiliada pelas bolsistas Isabelly Guabiraba e Suellen Maciel, e o assistente de laboratório, Claudeci Fernandes da Trindade. A programação constou de atividade prática no laboratório de sementes da Embrapa Amapá, em Macapá (AP).    

Os diretores da cooperativa solicitaram esta capacitação do setor de transferência de tecnologias da Embrapa, com o objetivo de aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas que dispõem e expandir as oportunidades de negócios com o óleo extraído das sementes de andirobeiras que caem em áreas de várzea e de terra firme naquela localidade. De acordo com o presidente da cooperativa, Wilton José Duarte, permanece como tradição atualmente no assentamento, a extração do óleo de andiroba por meio do processo artesanal, mas a intenção agora é mecanizar para ampliar possibilidade de mercados. “Procurarmos a Embrapa no sentido de nos orientar e trazer as pessoas para que levem o conhecimento às comunidades do assentamento, para que façamos um melhor aproveitamento de rendimento e agregue valor ao nosso produto”, explicou Duarte. Ele acrescentou que há abundância de andirobeiras na Pancada do Camaipi, inclusive cultivadas, e atualmente é época de safra, com sementes caindo em áreas de terra firme e de várzeas. O litro do óleo é vendido pela cooperativa pelo preço médio entre R$ 40 e R$ 50, e a produção gira em torno de 200 litros por safra.    

A programação da oficina incluiu temas como inventário e coleta de sementes; higienização das sementes e dicas para conter o efeito da broca-da-andiroba; quais utensílios devem ser usados para o cozimento, repouso, descascamento; preparo da massa e escorrimento do óleo das sementes; demonstração da extração do óleo usando prensa hidráulica; e técnicas de envasamento do óleo e recomendações de quais os recipientes devem ser usados. Os participantes receberam exemplares da cartilha “Guia prático para o Manejo Sustentável de Andirobeiras de Várzea e para a extração do óleo de suas sementes”. Nesta cartilha um conjunto de boas práticas são recomendadas, a partir do conhecimento tradicional e da pesquisa, visa orientar os extrativistas, desde o manejo das florestas e os cuidados com as árvores, até a coleta de sementes e o processo de extração do óleo, possibilitando garantir a extração adequada do óleo de andiroba e a boa qualidade do produto a ser comercializado.

O óleo de andiroba é extraído de semente típica da Floresta Amazônica, é um produto da sociobiodiversidade utilizado tradicionalmente pela medicina popular da região e também matéria-prima requisitada para indústria de cosméticos e farmacêutica.  O fruto é um ouriço que se abre quando cai no chão, liberando sementes com peso elevado (em média 100 sementes pesam 1 quilo). Em cada fruto são encontrados de 4 a 16 sementes. As principais características da andirobeira são árvores de porte médio e alto (podem chegar até 35 metros de altura nas florestas de várzea).

No Amapá, as principais localidades de pesquisas da Embrapa são as florestas de várzea da Área de Proteção Ambiental da Fazendinha (Macapá), o Campo Experimental de Mazagão e a Reserva Extrativista do Cajari (Laranjal do Jari), onde também há ocorrência de andirobeiras em terra firme. Os estudos são viabilizados através do projeto “Valorização dos produtos florestais não madeireiros na Amazônia (Kamukaia III)”,custeado pela Embrapa; e pelo projeto “Exploração dos óleos de andiroba e pracaxi da APA da Fazendinha: integração entre pesquisa, ensino e organização comunitária”, financiado pela Fundação Estadual de Amparo à Pesquisa do Estado do Amapá (Fapeap). 

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