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Comunidade quilombola de Macapá receberá tecnologias de manejo e cultivo de açaizais

A Embrapa participa com assessoramento técnico na elaboração do projeto da Prefeitura de Macapá


Foto: Arquivo

A Embrapa participa com assessoramento técnico na elaboração do projeto da Prefeitura de Macapá que visa fortalecer a produção de açaí em comunidades quilombolas do distrito Santo Antônio da Pedreira, um dos pólos produtivos da zona rural deste município que engloba as comunidades Ressaca, Abacate da Pedreira e Santo Antônio/Assentamento. Durante a mesa redonda que ocorrerá na tarde desta quinta-feira, 24/6, no auditório do Sebrae Amapá, o pesquisador da Embrapa Amapá, Marcelino Carneiro Guedes, e o pesquisador João Tomé de Farias Neto, da Embrapa Amazônia Oriental (Pará), contribuirão com seus conhecimentos em manejo de açaizais nativos e cultivo de açaizais em terra firme, respectivamente.     

“Vamos apresentar tecnologias geradas pela Embrapa que estão disponíveis para serem adotadas e contribuir com o aumento de produção, produtividade, rendimentos dos frutos e regularidade das safras, tanto nas áreas de várzeas quanto nas áreas de terra-firme”, afirmou o chefe-geral da Embrapa Amapá, Antonio Claudio Almeida de Carvalho.    

O evento, realizado pela Prefeitura de Macapá em parceria com o Sebrae e Embrapa, será moderado pelo engenheiro agrônomo e analista ambiental Marcelo Creão. Contará também com equipes técnicas do Sebrae e de instituições de fomento como Banco da Amazônia, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.  Este é o primeiro passo para formatar o Programa de Apoio à Produção de Açaí de Várzea e Terra-firme no âmbito do município de Macapá.   

Manejo em área de várzea. A tecnologia da Embrapa para manejo de mínimo impacto para produção de frutos em açaizais nativos combina a preservação da diversidade da floresta e o aumento de renda do produtor, à medida em que o manejo adequado incluindo a distribuição adequada de açaizeiros e outras espécies na mesma área, aumenta em até cinco vezes a produção de frutos. O manejo de mínimo impacto foi desenvolvido com base em levantamentos realizados por pesquisadores em açaizais nativos manejados pelos produtores e em experimentos e módulos de manejo estabelecidos em diversos tipos de açaizais. É utilizado desde 2002 por produtores de açaí do estuário amazônico. De acordo com uma avaliação da Embrapa Amapá sobre os impactos decorrentes do uso dessa tecnologia, enquanto os açaizais não manejados rendem uma produção anual média de 20 a 30 sacas de quatro rasas de açaí/hectare (cerca de 52 quilos), nas áreas onde são adotadas a tecnologia de mínimo impacto, esse número sobe para uma produção anual de 70 a 100 sacas com características iguais. 

Cultivo em terra firme. O açaizeiro é uma espécie nativa das áreas de várzea, mas o plantio em terra firme vem conquistando o mercado. A Embrapa Amazônia Oriental (Pará) iniciou nos anos 1980 o programa de pesquisas envolvendo genética e melhoramento de açaí, que resultou na criação da primeira cultivar de açaizeiro, chamada de “BRS Pará”, lançada em 2005, e que começou a ser utilizada na expansão das áreas cultivadas em terra firme. Em 2019 foi a vez do lançamento da BRS Pai d’Égua, também pela Amazônia Oriental, e atualmente em testes de validação em experimento no Amapá.  Um dos maiores diferenciais desta segunda cultivar é a distribuição equilibrada da produção anual. A BRS Pai d’Égua produz 46% no período da entressafra (de janeiro a junho) e 54% na safra (de julho a dezembro). De acordo com o pesquisador João Tomé de Farias Neto, trata-se de uma mudança drástica na produção anual desse fruto. “A safra do açaí concentra 80% da produção anual. Na entressafra há redução da oferta de açaí o que faz o seu preço aumentar”.

Esta mesa redonda é uma realização do Comitê Municipal da Cadeia Produtiva do Açaí de Macapá (AP), formado para tratar de assuntos referentes à produção, consumo, venda e exportação deste produto que movimenta uma parte significativa da economia do estado do Amapá.  

O Comitê do Açaí é coordenado pelo prefeito de Macapá, representantes das Secretarias Municipais do Gabinete Civil (Secgabi), de Governo (Segov), Trabalho, Desenvolvimento Econômico e Inovação (Semtradi). Também fazem parte o presidente da Agência Municipal de Vigilância Sanitária e representantes da Câmara Municipal de Macapá (CMM), dos produtores, dos batedores, dos transportadores e da indústria e comercialização do açaí. O comitê também conta com representantes da Embrapa, da Universidade Federal do Amapá (Unifap), do Instituto Federal do Amapá (Ifap) e da Universidade do Estado do Amapá (Ueap).

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