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Aiba transfere tecnologia a pequenos produtores de milho

“Nós estamos conseguindo transformar a realidade dos produtores da Aprovale"


Foto: Marcel Oliveira

Um projeto concebido na Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) vem transferindo tecnologias agrícolas, transformando o modo de produção e influenciando fortemente no resultado da colheita de 24 pequenos produtores da Associação de Produtores do Vale do Rio de Janeiro (Aprovale). A entidade faz parte do perímetro da APA bacia do rio de Janeiro, unidade de preservação ambiental com 351.300 hectares de área, situada no município de Barreiras. Na última quinta-feira (19), técnicos do programa, que é conduzido pelo Instituto Aiba (Iaiba), realizaram mais um acompanhamento na área, intensificando o processo de assistência técnica que é realizado desde 2018, orientando sobre a escolha de sementes, uso de insumos, análise de solo, manejo de equipamentos e organização do espaço produtivo.

“O custo de uma semente desenvolvida em laboratório é várias vezes maior que o das sementes comuns. Além disso, muitas vezes o próprio pequeno produtor não entende as vantagens daquela tecnologia”, disse o membro do Conselho Consultivo da Aiba, Luiz Antonio Pradella, entusiasta da iniciativa. “Nós estamos conseguindo transformar a realidade dos produtores da Aprovale, e isso está mudando a mentalidade dos agricultores e da própria gestão municipal. Depois dos primeiros resultados eles perceberam que dá para produzir mais, no mesmo pedaço de terra”, complementou.

O engenheiro agrônomo Aloísio Júnior, encarregado da visita, explicou a razão da escolha do milho como cultura a ser desenvolvida pelo programa. “Esta é uma cultura de aptidão local. Além da comercialização, o milho é utilizado para a produção de pratos da culinária regional e é largamente empregado em outras cadeias produtivas, a exemplo da alimentação animal”. O técnico lembrou que antes da transferência de tecnologia, a produção dos associados era considerada baixa, com média de 15 sacas por hectare, devido, principalmente, à falta de insumos de efeito corretivo que contribuem para a redução da acidez do solo. Com o repasse de conhecimento, a produção saltou para 80 sacas/ha, em média, com algumas áreas atingindo até 140 sacas/ha.

Alessandra Chaves, diretora de Meio Ambiente e Irrigação da Aiba, explicou que o projeto teve início em 2014, enquanto a Aiba elaborava o plano de manejo da APA bacia do rio de Janeiro. “Tivemos um olhar voltado para o ambiental, pensando na preservação das nascentes, cachoeiras e rios existentes no território, mas consideramos também o lado social. Percebemos que o produtor instalado na área poderia ter um ganho considerável na produção, sem ter que aumentar muito a área cultivada”, disse. Ela ressaltou que a Aprovale foi escolhida para sediar o projeto por ser a associação mais organizada do Vale.

“Hoje a associação consegue trazer um benefício maior para as 10 comunidades devido à estrutura que possui e a nova forma de fazer agricultura. Isso só foi possível com o apoio da Aiba”, afirma o presidente da Aprovale, Jackson Pimenta. “Essa associação é a identidade da comunidade”, definiu.

Ele lembrou ainda da contribuição do Fundesis, que reformou e equipou a sede da entidade; Prefeitura de Barreiras, que destinou calcário e horas/máquina; Corteva com a doação das sementes e, no primeiro momento, da Fundação Solidariedad.

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