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Área plantada com algodão tem aumento de 35% no oeste baiano

Busato: "Felizmente o clima voltou à normalidade e estamos obtendo recorde de produtividade"


Otimismo e expectativa de mais uma grande safra. E neste clima que os produtores de algodão do oeste baiano iniciam nos próximos dias o plantio da safra 2017/2018. A área plantada com a cultura irá alcançar aproximadamente 272 mil hectares, o que representa um aumento de 35% em relação ao ciclo anterior (2016/2017). Já a colheita, que começa no início de junho, deve superar as 440 mil toneladas. O clima amigável – com chuvas regulares,  levando aos trabalhos de semeadura dentro da janela perfeita – é o principal motivo para o otimismo na região.

“A previsão climática é boa. Devemos ter chuvas na região entre quinta e sexta-feira, daí o plantio vai se concentrar entre os dias 1º e 5 de dezembro, que é o melhor período. O oeste é uma região privilegiada. Temos grandes áreas planas o que nos permite utilizar máquinas enormes, com potencial de plantio muito grande. São os mesmos equipamentos usados pelos produtores do Texas (EUA)”, diz Júlio Cézar Busato, engenheiro agrônomo, agricultor e presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa).

Ele disse que a última safra foi “maravilhosa”. A produtividade média na região foi recorde –  310  arrobas de algodão em pluma por hectare. Em algumas lavouras a produtividade chegou a inacreditáveis  500  arrobas  por hectare. Para esta safra,  a previsão é de 270 arrobas por hectare, o que já é um número bom, segundo Busato. O clima favoreceu. “Diria que 60% deste resultado se deve a São Pedro. O restante fica por conta da tecnologia e dos demais  fatores de produção”, conta o presidente da Abapa. “Felizmente o clima voltou à normalidade e estamos obtendo recorde de produtividade. Além disso, estamos utilizando toda a tecnologia necessária para produzir mais e com maior qualidade da fibra”.

De acordo com pesquisa divulgada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), na Bahia, o faturamento da lavoura de algodão de 2017 é histórica, a maior do período de 10 anos em que a pasta realiza este levantamento: R$ 4.813.238.637, ante 1.990.741.002 do ano passado.
Qualidade do produto baiano

Júlio Busato – que esteve nesta terça-feira em Salvador para o lançamento da Bahia Farm Show 2018  – enfatiza ainda a qualidade do algodão produzido no cerrado baiano. Como o solo por lá são arenosos, a pluma do algodão é bem limpa, com pouca impureza. “A qualidade do nosso algodão é invejável. Nós só perdemos para o produto australiano, que é 100% irrigado”, afirma Busato. “O algodão brasileiro  é desejado no mundo inteiro e o baiano mais ainda”, acrescenta.

Apesar deste apelo, o algodão produzido por aqui  abastece basicamente  a indústria nacional.  “A indústria dos países desenvolvidos contam com máquinas  bem modernas e eficientes, que conseguem  aproveitar o algodão de qualidade mais baiaxa”, diz Busato, gáucho e há mais de 30 anos produzindo na Bahia. Outro fator que inibe as exportações são os custos com logística e infraestrutra. Para se ter uma ideia, o produtor baiano  gasta em média US$ 90 por tonelada para exportar. O americano desembolsa apenas US$ 25.  Como melhorar isso e tornar o produto baiano mais competitivo? “Só com o Porto Sul e a Ferrovia Oeste Leste (Fiol)”,  responde Busato.

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