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BA: 37 trabalhadores estavam em situação de escravidão

A fiscalização estima o montante em R$ 400 mil para quitar os valores devidos aos trabalhadores resgatados


Foto: Divulgação

Uma operação conjunta entre a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), Ministério Público do Trabalho (MPT), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Federal encontrou 37 trabalhadores vivendo em situação análoga à escravidão na Bahia.

Eles trabalhavam na extração e beneficiamento de sisal no nordeste do estado e entre eles está um idoso de 67 anos. Os resgates ocorreram em frentes de trabalho localizadas nos municípios de Várzea Nova, Jacobina e Mulungu do Morro.

Os trabalhadores foram encontrados em situações degradantes, alojados em barracos e casas precárias sem condições mínimas de habitação. A água para beber ou para cozinhar era amarelada e armazenada em galões de produtos químicos reutilizados.

Além disso, os trabalhadores dormiam em pedaços de espumas colocados em cima de varas de sisal. Não havia banheiros e as necessidades fisiológicas eram feitas no mato. Os valores que eles recebiam mensalmente variavam entre R$ 350 a 950, sem direitos.

Foram vários dias percorrendo a região para avaliar as condições de trabalho na cadeia do sisal. Os auditores fiscais do trabalho, responsáveis pela ação fiscal, lavraram diversos autos de infração e fizeram os resgates. Os trabalhadores receberam guias para retirada do seguro desemprego e estão tendo os valores a que têm direito calculados e cobrados dos empregadores.

Os nomes dos envolvidos na ação não foram divulgados para não atrapalhar o processo de pagamento de salários e direitos atrasados e do dano moral individual estipulado pela DPU e pelo MPT, que está em andamento. Um dos empregadores não foi localizado e será alvo de ação judicial. A fiscalização estima o montante em R$ 400 mil para quitar os valores devidos aos trabalhadores resgatados.

“O MPT já está responsabilizando as indústrias compradoras desse sisal produzido dentro de condições degradantes de trabalho. Trabalhadores têm sido encontrados em fazendas de gado, soja, algodão, cacau, entre outras atividades. A situação encontrada na região do sisal requer nossa atuação enérgica’, concluiu o procurador Illan Fonseca.
 

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