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CNA discute prioridades para infraestrutura e logística

Encontro teve a participação das federações de agricultura e pecuária de 11 estados e do Distrito Federal


A Comissão Nacional de Infraestrutura e Logística da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniu nesta terça (22) para definir o plano de ações, as pautas prioritárias e o andamento das demandas da entidade para 2018. O encontro teve a participação das federações de agricultura e pecuária de 11 estados e do Distrito Federal.

O presidente da Comissão e da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (FAEPA), Mário Borba, participou por videoconferência. Em sua fala, ele defendeu a conclusão dos trechos da BR-020 no Nordeste para baratear o transporte de milho, soja e torta de algodão, insumos utilizados na pecuária da região.   

Um dos temas abordados foi a concessão de rodovias. O consultor da CNA, Luiz Antônio Fayet, defendeu o fim das prorrogações e a realização de novas licitações após o término dos contratos de concessão da malha rodoviária. “É uma proposta de todo o setor produtivo para se ter uma melhoria na qualidade das rodovias e uma redução nas tarifas de pedágio”, afirmou.

“Quando fazemos só a prorrogação cai a qualidade e as tarifas ficam proporcionalmente maiores. Queremos um novo padrão e estamos discutindo com o governo. Temos nos posicionado contra prorrogações de contratos optando por relicitações, pois a experiência mostra as vantagens para nossa economia”, justificou.

Fayet lembrou que, em 2015, foi relicitada a concessão da Ponte Rio Niterói e o conjunto de obras de acesso. “O antigo concessionário perdeu a licitação, pois o ganhador se propôs a investir os recursos substanciais estabelecidos no projeto e, mesmo assim, reduziu as tarifas de R$ 5,20 para R$ 3,28, com uma diminuição de cerca de 40%”.

Ele falou também sobre o potencial das hidrovias, especialmente para escoar a produção dos estados localizados no corredor do Arco Norte. 

No entanto, Fayet ressaltou a necessidade de um modelo de gestão que garanta segurança para o transporte hidroviário, por conta do aumento da criminalidade, em especial do tráfico de armas, drogas e assaltos. “As hidrovias devem ser usadas em favor da logística do agronegócio para que nos tornemos os maiores exportadores mundiais do agro”.

Outro tema abordado foi o transporte de cargas em contêineres. O consultor relatou o interesse de sindicatos e entidades de reduzir o volume de carga por unidade, o que pode elevar em cerca de 20% o custo da logística das exportações. “Seria um grande prejuízo na concorrência com outros países no comércio internacional”.

Fayet disse, ainda, que outras legislações devem ser revistas, como a de cabotagem, navegação entre portos no mesmo país. Segundo ele, em 2013, o frete de Paranaguá até Recife saia tão caro quanto o transporte para Xangai, na China, do outro lado do mundo.  

Ferrovias – O presidente-executivo da Associação Nacional dos Usuários de Transporte de Carga (ANUT), Luis Baldez, traçou um panorama das ferrovias no país. Hoje, dos 30 mil quilômetros concedidos por contratos de concessão há 20 anos, 18 mil quilômetros de malha estão abandonados ou subutilizados, por abandono das empresas que venceram os processos licitatórios para uso dos trechos. Como os contratos são de 30 anos, as concessionárias ainda têm mais 10 anos de contrato. “As empresas abandonaram os trechos, mas não devolvem para o governo e a malha fica engessada”, explicou.

A assessora técnica da Comissão, Elisângela Lopes, falou sobre o projeto Caminhos do Agronegócio, que vai identificar as obras de infraestrutura e logística no país consideradas mais importantes para o escoamento da produção. Desta forma, ela pediu a contribuição das federações para reunir as demandas estaduais.  

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